PGR denuncia mais 152 pessoas por atos golpistas de 8 de janeiro; total chega a 653

Nova leva de ações atinge manifestantes golpistas detidos no acampamento em frente ao QG do Exército em Brasília

18:00 | Fev. 04, 2023

Por: Carlos Mazza
Valor bloqueado de financiadores golpistas sobe para R$ 18,5 milhões (foto: )

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou mais 162 pessoas na investigação que apura integrantes, financiadores e incentivadores dos atos golpistas que vandalizaram as sedes dos Três Poderes em Brasília, no último dia 8 de janeiro. Com isso, o número total de suspeitos denunciados à Justiça chegou, na manhã deste sábado, 4, a 653.

Os novos denunciados são acusados pelos crimes de associação criminosa – com pena de um a três anos de prisão – ou de incitação de animosidade entre as Forças Armadas contra os Poderes Constitucionais – três a seis meses. Nas ações, a procuradoria pede a análise individualizada das condutas, o que faria que eventuais condenações sejam somadas.

A nova “leva” de denúncias inclui pessoas que foram detidas no acampamento golpista que funcionou em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília. Desde o dia 8 de janeiro, o ministro Alexandre de Morais, do Supremo Tribunal Federal (STF), vem mantendo a prisão preventiva de 942 das mais de 1,4 mil pessoas presas por participação dos atos.

Outras 464 pessoas foram liberadas, mas cumprem medidas preventivas. A última bateria de denúncias é assinada pelo subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, que coordena grupo montado pela PGR especificamente em resposta aos atos golpistas.

Além da condenação de todos os acusados pelos crimes já citados, a PGR pede também a determinação de uma indenização individualizada – “ao menos em razão dos danos morais coletivos”. A denúncia ainda destaca papel que o acampamento em frente ao QG do Exército teve para “garantir a perenidade, estabilidade e permanência” de golpistas.

Desde as cenas de terror registradas no início do ano em Brasília, a Polícia Federal tem mantido a “Operação Lesa Pátria”, que busca punir organizadores, financiadores e incentivadores dos atos. Logo após a primeira etapa da ação ser deflagrada, com cinco pessoas presas, a Diretoria Geral da PF destacou que a operação seria “permanente”.

Na última sexta-feira, 3, a Polícia Federal deflagrou a quarta fase da Lesa Pátria, cumprindo três mandados de prisão preventiva e 14 de busca e apreensão. As batidas policiais ocorreram no Distrito Federal e em outros cinco estados – Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Rondônia e São Paulo. Um dos mandados de busca e apreensão atingiu inclusive um policial legislativo do Senado, que é suspeito de facilitar a ação dos golpistas.