Tasso: Bolsonaro é o "pior presidente da história do Brasil", mas economia com Lula preocupa

Senador explica voto em Lula no segundo turno da última eleição, mas aponta preocupação com a economia

Antigos eleitores de Tasso Jereissati (PSDB) ficaram surpresos quando, no segundo turno da eleição presidencial de 2022, ele declarou apoio a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra Jair Bolsonaro (PL).

"O Bolsonaro, eu não vivi esses séculos todos, mas, pelo menos pelos livros de história que eu li, é o pior presidente da história do Brasil", afirma o senador. Ele aponta como fundamental o desrespeito à democracia, simbolizado na homenagem ao coronel Brilhante Ustra. "Tinha os torturadores profissionais, ele (Ustra) era torturador por prazer. É só um exemplo da personalidade (de Bolsonaro)".

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Outro aspecto apontado por Tasso é a escolha de ministros como Abraham Weintraub (Educação), Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Eduardo Pazzuello (Saúde). "Não tive a menor dúvida em apoiar o Lula que, apesar de eu não comungar com as ideias dele totalmente, eu vejo nele um democrata. Por essa razão, com muita convicção", acrescenta Tasso.

Pela adesão a Lula no segundo turno, Tasso foi chamado de comunista — como tinha acontecido, ele recorda, na primeira eleição, em 1986.

O senador inclusive relembra que, antes da eleição de 1994, chegou-se a cogitar uma chapa Lula-Tasso. "Chegamos até a imaginar uma candidatura que viria em que o Lula seria o candidato a presidente e eu o candidato a vice".

Porém, as circunstâncias afastaram PT e PSDB. "O PT nacionalmente começou a nos ter como inimigo número um. Uma estratégia que criou o Bolsonaro. Criaram um inimigo a ser aniquilado e o foco éramos nós. O que aconteceu? Eu digo que acabaram criando o Bolsonaro. Porque esgarçou e criou uma extrema-direita. Que era nós contra eles, virou o eles contra nós. Desse esgarçamento saiu o Bolsonaro. E saiu essa radicalização e polarização que nós tivemos nessas eleições".

Apesar do voto convicto em Lula, Tasso tem preocupação com a economia e a questão fiscal no novo governo. "Corremos risco de perder o controle da dívida. Perdendo o controle da dívida nós vamos ter a subida da inflação. A subida da inflação significa subir juros, subir juros significa não crescimento, não crescimento significa desemprego. (...) Não estou dizendo que vai acontecer, mas estou preocupado que aconteça isso".

Com a posse dos novos senadores, em 1º de fevereiro, chega ao fim o mandato de Tasso, que afirma não ter mais intenção de ser candidato. "Eu acho que tudo tem um ciclo na vida da gente e assim meu ciclo se encerra".

Ele afirma que não pretende deixar a política. "Quero ter uma vida com mais liberdade, ser dono da minha hora um pouco. Isso é o que eu queria. Mas política eleitoral para mim já passou".

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