"Isso tinha na casa de todo mundo", diz presidente do PL sobre minuta golpista de Torres

Valdemar Costa Neto disse que Bolsonaro sofreu pressão por pessoas que o consideravam "meio louco"

12:01 | Jan. 27, 2023

Por: Taynara Lima
Valdemar Costa Neto (foto: Leonardo Prado/Câmara dos Deputados)

O presidente do Partido Liberal (PL) Valdemar Costa Neto afirmou que propostas golpistas eram comuns e que minutas parecidas com a encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres existiam na casa de outros políticos.

Em entrevista feita ao jornal O Globo, o presidente da sigla do ex-mandatário Jair Bolsonaro (PL) afirmou que muitas pessoas tentavam convencê-lo a “tirar Lula do governo”, porém, Valdemar apontou que Bolsonaro não queria fazer nada fora dos limites da Constituição.

“Tinha gente que colocava [papel] no meu bolso, dizendo que era como tirar o Lula do governo. Advogados me mandavam como fazer utilizando o artigo 142, mas tudo fora da lei. Tive o cuidado de triturar. Vi que não tinha condições, e o Bolsonaro não quis fazer nada fora da lei”, disse.

Valdemar explicou que havia uma pressão em Bolsonaro, pois as pessoas consideram que o ex-presidente é “meio alterado, meio louco” e achavam que ele seria capaz de dar um golpe.

Além de apontar que recebeu várias propostas golpistas, Costa Neto ressaltou que a prática era comum no círculo político. Ao falar sobre a temática, o presidente do PL mencionou a minuta golpista encontrada na casa de Anderson Torres - preso pela atuação negligente nos atos terroristas do dia 8 de janeiro - e considerou que documentos do tipo poderiam ser encontrados “na casa de todo mundo”.

“Aquela proposta que tinha na casa do ministro da Justiça, isso tinha na casa de todo mundo. Muita gente chegou para mim agora e falou: 'Pô, você sabe que eu tinha um papel parecido com aquele lá em casa. Imagina se pegam'”.

No dia 12 de janeiro, a Polícia Federal encontrou na casa do ex-secretário de Segurança Pública do DF Anderson Torres uma minuta de decreto golpista destinada a Bolsonaro. O documento previa instaurar Estado de Defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e solicitava a revisão do resultado das eleições de 2022.