PF abre inquérito para investigar crimes contra povo Yanomami
O garimpo ilegal e a negligência do governo anterior são apontados como as principais causas para a crise humanitária na regiãoA Polícia Federal (PF) abriu, nesta quarta-feira, 25, inquérito para investigar crimes relacionados à crise humanitária enfrentada pelos povos indígenas Yanomami em Roraima.
As principais causas apontadas pela atual gestão é o garimpo ilegal e possível negligência e omissão do governo anterior.
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A operação, que ficará sob responsabilidade da superintendência da PF de Roraima, irá investigar a atuação dos agentes públicos e os possíveis financiadores e facilitadores da prática do garimpo ilegal.
A abertura do inquérito foi determinada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino com o objetivo de investigar genocídio e crimes ambientais na região.
Em entrevista coletiva, o ministro afirmou que o objetivo é atingir todos os níveis, ressaltando que a investigação pode focar desde ex-dirigentes de saúde indígena a ex-presidentes de órgãos, como a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas).
Em fotos que circulam nas redes sociais e chamaram a atenção do mundo, é possível ver indígenas, principalmente crianças, em estado de desnutrição grave. Grande parte dos povos da região morreu por desnutrição, malária e diarreia. Apenas no ano passado, foram registrados 11.530 casos de malária.
Na última sexta-feira, 20, o Ministério da Saúde decretou estado de emergência de saúde pública no território. No dia seguinte, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), juntamente com a ministra da Saúde Nísia Trindade, visitou a região e, pelas redes sociais, lamentou a situação dos Yanomami.
Entre as declarações feitas pelo mandatário sobre a crise, Lula apontou a falta de responsabilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e afirmou que atuará no combate do garimpo ilegal.