Homem denuncia a própria irmã por participar de atos golpistas em Brasília
Segundo o irmão, a mulher participou dos atos golpistas ocorrido no dia 8 de janeiro contra as sedes dos Três Poderes, em Brasília.Um servidor público brasileiro denunciou a própria irmã e pediu que ela fosse “presa e indiciada” por participar dos atos golpistas ocorridos em Brasília, em 8 de janeiro. "Como tenho perfil legalista, gostaria que minha irmã fosse de fato presa e indiciada”, disse.
No dia 8, o homem (que pediu para não ser identificado) conta que recebeu uma ligação de sua irmã, que, no momento, estava no saguão de um dos prédios dos Três Poderes. As informações foram divulgadas pelo portal Uol.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
Segundo o relato do servidor, sua irmã disse que “estava de férias e contou à família que viajou para Brasília a trabalho", mas “ela não apenas mandou no grupo da família no WhatsApp um vídeo dos ataques ao Congresso, como fez uma chamada de vídeo lá de dentro”, disse ele.
Ao contar o ocorrido naquele domingo, o homem contou que ficou “revoltadíssimo” ao acompanhar a situação ao vivo pela televisão. Logo no dia seguinte, ele enviou uma mensagem ao Ministério da Justiça denunciando a irmã, confirmando que ela estava participando das invasões à sede dos Três Poderes.
No dia seguinte, o homem decidiu enviar um e-mail ao Ministério da Justiça relatando a participação da irmã no episódio criminoso. Ele lamentou ter que denunciar a própria irmã ao ministério e admitiu não ter conseguido coletar provas, como imagens ou áudios.
"Registro minha profunda tristeza por realizar denúncia do gênero contra familiar de primeiro grau. Trata-se de minha irmã", escreveu na denúncia. "Fiz minha parte e espero que as autoridades façam a parte delas", comentou.
Segundo o irmão, toda a família se revoltou com a decisão da parente de integrar o grupo golpista. A mulher recebeu xingamentos dos familiares “como se não houvesse amanhã."
“Depois que familiares a xingaram como se não houvesse amanhã, ela excluiu o vídeo (do WhatsApp) e ficou sem falar conosco até a manhã de segunda-feira. Voltou à nossa cidade como se nada tivesse acontecido.”
O servidor teme que a situação afete a saúde da mãe. Porém, continuou com a denúncia e afirmou não se arrepender. Ele chegou a dizer que a irmã se identificava com a esquerda, mas nos últimos anos passou a defender pautas da direita, influenciadas pelas falas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como o uso do "kit Covid", a crença de que as eleições foram manipuladas.
"Minha irmã era uma pessoa trabalhadora, correta, íntegra. Mas ela se transmutou em 4 anos de uma forma que não a reconheço mais. Não a reconheço como irmã. É outra pessoa: mais endurecida, radical, obtusa", disse ele.