Cearense acusado de tentativa de atentado em Brasília é suspenso do sindicato de jornalistas
Segundo o Sindjorce, Wellington Macedo tem registro de jornalista no Ministério do Trabalho e é associado desde 2001, inicialmente registrado apenas como repórter fotográficoO bolsonarista cearense Wellington Macedo de Souza, de 47 anos, foi suspenso do quadro de associados do Sindicato dos/as Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce). A medida foi aprovada em assembleia geral realizada na noite desta segunda-feira, 24, por membros da categoria que integram a instituição.
O jornalista é réu por ter participado da tentativa de atendado ao Aeroporto de Brasília e encontra-se foragido. Em 10 de janeiro, Wellington se tornou alvo de uma ação penal por crime de explosão, ao lado de Alan Diego dos Santos Rodrigues e Washington de Oliveira Sousa - que chegou a ser preso e confessou a montagem da bomba.
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Macedo seria o responsável por ajudar a colocar o artefato em um caminhão-tanque carregado com querosene, estacionado próximo ao aeroporto da Fortaleza, conforme a denúncia do Ministério Público do Distrito Federal, aceita pela Justiça e veiculada, no dia 15 de janeiro, pelo programa Fantástico, da TV Globo.
O cearense foi preso em 3 de setembro de 2021, após cumprimento de mandado de prisão expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por incitar ataques antidemocráticos contra instituições. Após o cumprimento do mandado, Wellington Macedo foi liberado com o uso de tornozeleira eletrônica, mas rompeu o mecanismo de monitoramento e atualmente se encontra foragido.
Wellington foi assessor da Diretoria de Promoção e Fortalecimento dos Direitos da Criança e do Adolescente no Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos na gestão Damares Alves.
Segundo o Sindjorce, o sócio suspenso tem registro de jornalista no Ministério do Trabalho e é associado desde 2001, inicialmente registrado apenas como repórter fotográfico. O sindicado afirma que Macedo adquiriu o registro geral de jornalista, após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de 2009, que derrubou o diploma de nível superior como critério de acesso à profissão.
"Desde então, as entidades de representação classista da categoria são obrigadas formalmente pelo Estado (e por decisões judiciais derivadas) a reconhecer todos os profissionais, independente da formação, como jornalistas e também a aceitar estes em seus quadros de associados", destacou, em nota, o Sindjorce.
A assembleia geral aplicou o Artigo 10 do Estatuto Social da entidade e o Código de Ética dos/as Jornalistas Brasileiros/as. Este encaminhamento é proposto tendo em vista respeitar o devido processo legal, pois ainda não há uma decisão do Poder Judiciário.
Caso os crimes em Brasília sejam confirmados, a categoria poderá aplicar, em definitivo, por decisão coletiva do sindicado, a expulsão de Wellington Macedo de Souza. A instituição afirma que, nos próximos dias, o jornalista irá ser notificado da deliberação dos pares e terá prazo para responder às acusações.
Em nota, o sindicato também alega que o encontro também autorizou a adoção de novas medidas de sanção a profissionais filiados que defendam, integrem, participem ou patrocinem atos e atentados antidemocráticos.
"Na oportunidade, a representação da categoria no Ceará deliberou, por fim, pela aprovação de nova posição em defesa da ética profissional, do compromisso com a verdade, com o interesse público e com a democracia", concluiu o documento.