PDT libera RC e diretório em Fortaleza para serem oposição a Elmano
Enquanto isso, já há três deputados eleitos secretários do novo governo
16:43 | Jan. 23, 2023
A decisão do PDT no Ceará de aderir ou não à base do governo Elmano de Freitas (PDT) deverá ser decidida após o início das atividades do Poder Legislativo, em fevereiro. Presidente estadual da sigla, o deputado André Figueiredo diz não haver pressa para definir o assunto, que promete ser fechado com o retorno das sessões da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece).
Elmano já nomeou três parlamentares do PDT para o secretariado: os deputados estaduais Salmito Filho (Desenvolvimento Econômico) e Oriel Nunes Filho (Pesca e Aquicultura), e o deputado federal Robério Monteiro (Recursos Hídricos).
No entanto, setores importantes do partido ainda resistem a uma adesão. É caso do grupo liderado pelo ex-prefeito Roberto Cláudio, terceiro colocado na disputa pelo Governo do Ceará em 2022.
O pedetista defende nas reuniões promovidas pelo partido que o PDT seja oposição "construtiva" e "responsável". Neste mês, RC retomou o discurso e se considerou "animado" para atuar na oposição ao governo Elmano. Será a primeira vez na vida política que RC será oposição a um governo no Ceará.
Embora ainda não haja posição da legenda no âmbito estadual, André Figueiredo confirmou que Roberto Cláidio e o diretório municipal foram liberados para fazer oposição. "Sim. Haverá autonomia pra decidirem como se posicionar", respondeu Figueiredo ao ser questionado pelo O POVO sobre o assunto.
Em 2022, chegou ao fim a aliança entre PT e PDT no Ceará, quando os pedetistas escolheram Roberto Cláudio como candidato a governador, em disputa interna contra a então governadora Izolda Cela (hoje sem partido), que pleiteava concorrer à reeleição. A decisão causou insatisfações no PT, liderado pelo ex-governador Camilo Santana (PT). O PT rompeu a aliança e lançou Elmano ao governo, que saiu vitorioso.
Parte dos pedetistas já apoiou Elmano desde a campanha. Passadas as eleições, tiveram início tratativas para tentar retomar a aliança. Os partidos acordaram em permanecer com alinhamentos políticos e tratar posições divergentes, como o que já acontece, por exemplo, na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor), onde o PT de Fortaleza é oposição à gestão pedetista do prefeito José Sarto. Em meio às conversas, permanecem discordâncias entre líderes pedetistas.
Nacionalmente, o PDT já decidiu compor a base do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A decisão acontece após uma série de negociações que resultaram na indicação de Carlos Lupi para o Ministério da Previdência. O partido negocia agora indicações para o segundo escalão. Tem também o ex-governador do Amapá, Waldez Góes (PDT), no Ministério da Integração Nacional e Desenvolvimento Regional, mas por indicação do União Brasil, feita pelo senador senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).