Quem é Ramiro Caminhoneiro, preso por organizar ato terrorista em Brasília
Líder caminhoneiro e candidato a deputado é um dos presos na Operação Lesa PátriaA Polícia Federal (PF) prendeu, nesta sexta-feira, 20, Ramiro Alves da Rocha Cruz Júnior ou Ramiro Caminhoneiro, um dos responsáveis pela articulação de caravanas que levaram extremistas a Brasília no dia 8 de janeiro.
Ramiro foi preso na Operação Lesa Pátria, deflagrada nesta sexta. O acusado foi preso em casa, no bairro Ipiranga (SP).
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No local, a PF apreendeu o celular, notebook e a agenda do caminhoneiro. Apesar de ser um dos suspeitos por atuar nas invasões de Brasília, Ramiro afirmou aos agentes que não estava na capital federal no dia do crime.
O homem é investigado por ser um dos organizadores das caravanas que foram em direção a Brasília. Em grupos de bolsonaristas radicais na internet, o transporte gratuito de pessoas à capital era divulgado e participantes para os atos terroristas eram convocados.
O bolsonarista é bastante presente nas redes sociais e se apresenta como "patriota a serviço do transporte". Ramiro chegou a disputar duas vezes as eleições para o cargo de deputado, em 2018 e 2022, pelo Partido Liberal (PL), sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Um dia após os ataques às sedes dos Três Poderes, o caminhoneiro esteve na Academia Nacional da PF para visitar os detidos pelos crimes e distribuiu chocotones aos extremistas que estavam presos.
A Operação Lesa Pátria busca identificar financiadores e participantes dos atos de terrorismo realizados no Distrito Federal. A PF cumpre oito mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão. As investigações ocorrem no Distrito Federal, em Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
Além do caminhoneiro, a PF prendeu Renan da Silva Sena - ex-funcionário terceirizado do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, na época comandado pela senadora Damares Alves - Randolfo Antonio Dias e a intéprete de libras Soraia Baccioci.
Os suspeitos podem responder pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.