Réu por tentativa de atentado, Wellington Macedo diz que tentou ajudar "inocentemente"

Em nota, o cearense diz não ser "ingênuo" de participar de atos usando tornozeleira

11:45 | Jan. 19, 2023

Por: Júlia Duarte
O cearense Wellington Macedo de Souza é um dos acusados de participar da tentativa de explosão de um caminhão-tanque próximo ao Aeroporto de Brasília. (foto: Reprodução/Twitter)

Réu por ter participado da tentativa de atendado ao Aeroporto de Brasília, o cearense Wellington Macedo se defendeu e disse que estava tentando ajudar "inocentemente" alguém que conheceu no acampamento bolsonarista. Em nota, enviada ao Sistema Paraíso, de Sobral, ele afirma que não seria "ingênuo" de participar de um ato estando com tornozeleira de monitoramento.  

"Inocentemente, tentando ajudar alguém que há uma semana havia conhecido no acampamento do QGEx em Brasília, acabei sendo envolvido para execução de atos manifestamente contrários a tudo em que acredito", disse em defesa.

O portal noticias destaca ainda que Wellington não sabia o que tinha na mochila. "Não tinha a menor ideia dos artefatos. Vi uma mala e uma mochila, não imaginava se tratar de uma bomba”, disse. Ele afirma que não é "autor de qualquer planejamento de atentado contra quem quer que seja".

O cearense diz ainda não ser "ingênuo" de participar de atos usando tornozeleira. O procurado também confirma que participou da tentativa de invasão da sede da Polícia Federal dia 12 de dezembro. No entanto, ele diz que só foi porque o hotel em que estava hospedado era perto e que não ficou até o fim.  

"Eu não seria ingênuo de participar de tal ato, sendo monitorado por uma tornozeleira eletrônica, com o meu telefone celular no bolso, usando um carro em nome da minha esposa monitorado de fábrica por GPS e passando por dezenas de câmeras no caminho e no aeroporto", aponta o texto. Foi a tornozeleira de Wellington uma das formas que a Polícia conseguiu identificá-lo. 

O blogueiro diz ainda que vem sendo alvo de "notícias absurdas e tendenciosas", além de ameaças de morte. O texto não menciona sua entrega às autoridades."Apesar da gravidade dos fatos e da incompreensão de muitos, entendo que o momento é de salvaguardar minha integridade física, moral e psicológica. O tempo é o senhor da razão e muitos dos que hoje me acusam passarão a vergonha de serem obrigados a se retratar", ressalta o texto.

Ele lembra o tempo que ficou preso, sob decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), por ameças as instituições em 2021." Mesmo assim, jamais planejei qualquer coisa contra os responsáveis por tamanha injustiça. Não seria agora que me tornaria alguém que planeja atos dessa gravidade", finaliza a nota. 

O cearense foi preso em 3 de setembro de 2021, após cumprimento de mandado de prisão expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por incitar ataques antidemocráticos contra instituições. Após o cumprimento do mandado, Wellington Macedo foi liberado com o uso de tornozeleira eletrônica, mas rompeu o mecanismo de monitoramento e atualmente se encontra foragido.

Em 10 de janeiro, Wellington se tornou alvo de uma ação penal por crime de explosão, ao lado de Alan Diego dos Santos Rodrigues e Washington de Oliveira Sousa - que chegou a ser preso e confessou a montagem da bomba. Segundo o depoimento de Washington, Alan teria sido o responsável por levar a bomba até a Estrada Parque Aeroporto, onde o artefato foi encontrado pela Polícia Militar do Distrito Federal.

Wellington foi assessor da Diretoria de Promoção e Fortalecimento dos Direitos da Criança e do Adolescente no Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos na gestão Damares Alves.