Dino rebate Zema: "Fica feio se colocar como um sub-Bolsonaro"

Ministro abordou a insinuação feita pelo governador sobre possível omissão do atual governo na invasão das sedes dos Três Poderes

11:47 | Jan. 18, 2023

Por: Taynara Lima
O ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino. (foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O ministro da Justiça Flávio Dino respondeu nesta terça-feira, 17, a fala do governador Romeu Zema (Novo) sobre os ataques realizados em Brasília no dia 8 de janeiro. 

Nesta segunda-feira, 16, Zema acusou o governo Lula de fazer “vista grossa” nos atos de vandalismo para, posteriormente, se fazer de vítima.

“Me parece que houve um erro da direita radical, que, lembrando, é uma minoria, e houve um erro também, talvez até proposital, do governo federal, que fez ‘vista grossa’ para que o pior acontecesse e ele se fizesse posteriormente de vítima”, afirmou em entrevista à Rádio Gaúcha.

Em entrevista ao programa Fórum Onze e Meia, o ministro apontou o apoio do governador ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e destacou que Zema deveria ter falado sobre o assunto durante a reunião de Lula com os 27 representantes dos estados.

“Me espanta que o governador Zema tente vestir a roupa do Bolsonaro. Não cabe nele. Não é possível um governador, de modo vil, se alinhar à extrema direita e querer proteger terrorista. Fica feio e fica feio duplamente, porque o governador Zema veio à reunião dos governadores com o presidente Lula. Por que ele não falou? Por que ele não perguntou para mim que estava lá, para o presidente da República que estava lá? Seria mais decente”, disse.

Dino também pediu para que Zema pondere as falas e ainda fez uma comparação com a tragédia de Brumadinho - que ocorreu em 2019 e deixou 270 vítimas - afirmando que o governador não iria gostar caso fosse acusado de omissão proposital na época do desastre.

O ministro considerou como deplorável a declaração feita pelo governador e, sobre a possível vitimização apontada por Zema, ressaltou que os Três Poderes foram vítimas de ataques dos terroristas.

“Nós não somos agentes do que aconteceu. Não é vitimização, nós somos vítimas. O Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário.. fomos atacados por golpistas, por terroristas. É preciso que haja a proteção à lei por todos. Não acho que seja adequado, um candidato querer se colocar na agenda sendo uma espécie de sub-Bolsonaro. Fica feio. É deplorável que esse tipo de coisa aconteça”, completou.