SSPDS tem mapeamento de facções e quer aumentar atuação em divisas

O novo titular da pasta afirma ter o conhecimento de quais são os grupos e onde atuam no Estado

21:59 | Jan. 11, 2023

Por: Júlia Duarte
Samuel Elanio secretário da Segurança Pública e Defesa Social comentou sobre a instalação de câmeras nos policiais militares e civis (foto: Samuel Setubal/Especial para O Povo)

O recém titulado secretário de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), Samuel Elânio, projetou nesta quarta-feira, 12, os rumos da segurança no Ceará nos próximos anos. Segundo ele, há um mapeamento na pasta sobre as regiões do Estado que mais têm “causado problemas” e quais facções criminosas são responsáveis pelos locais.

A partir disso, segundo ele, o objetivo é melhorar a "linguagem" de inteligência da SSPDS e dos órgãos vinculados à pasta, como a Polícia Militar e a Civil.

“Temos todos cantos do Ceará mapeados. Onde nos causa mais problemas, menos problemas. A partir da inteligência, nós identificamos quais são os grupos criminosos, onde atuam, quem são os líderes”, ressaltou Elânio após reunião dos secretários estaduais com o governador Elmano de Freitas (PT).

Na mira dos agentes, estão também os “cabeças” das organizações criminosas, até os que já se encontram dentro do sistema prisional. “Queremos começar trabalhar em cima dos líderes, mesmo aqueles que estão presos, porque, muitas vezes, as ordens partem deles”, apontou. Destacar a “inteligência” na segurança pública já era uma política defendida pelo secretário anterior, Sandro Caron.

A determinação era expandir o número de investigações e de mandados de prisões, com impacto também no efetivo de agentes da Polícia Civil, setor responsável por diligências. Antes de assumir a titularidade da SSPDS, Elânio fazia parte do organograma da pasta como secretário executivo do ex-titular. O novo gestor quer agora “marcar a presença do Estado” nas áreas mais problemáticas.

Segundo o secretário, Elmano seguirá os passos de seu antecessor Camilo Santana (PT) na expansão do efetivo. Nos planos, estão um novo concurso da Polícia Civil e o seguimento do certame da Polícia Militar, que ainda não teve as provas realizadas.

“O governador anunciou que vai chamar mais um efetivo da Polícia Civil, além disso, quer fazer um novo concurso. Já tem um concurso da Polícia Militar em andamento, tudo isso vai fortalecer cada vez mais o que a gente já vinha trabalhando, mas sempre pensando na inteligência”, ressaltou o titular.

Lidar com facções tem sido um desafio da segurança no Ceará nos últimos anos, diante de processos de rachas e “acordos de paz” entre as facções atuantes no território, além da migração de alas para municípios do Interior. A gestão viabiliza reforçar o Comando de Prevenção e Apoio às Comunidades (Copac) e o trabalho nas divisas.

“A gente quer melhorar a atuação das polícias nas divisas através do batalhão especial de polícia do interior, mas queremos fortalecer propriamente a inteligência, os trabalhos de investigação”, falou ainda. 

O processo de mapeamento de facções foi elaborado também por voluntários cearenses. O projeto batizado como Portal Cearense 5.0 identificou a atuação das facções em 1.444 territórios do Estado, entre comunidades, bairros e municípios.