Saiba quais itens foram danificados e destruídos durante invasão de extremistas em Brasília
Artefatos presentes nos prédios do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal foram depredados e destruídosOs prédios do Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal foram alvo de ataques terroristas por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), neste domingo, 8.
Os extremistas bolsonaristas depredaram itens históricos avaliados em milhões de reais, assim como documentos oficiais, câmeras, cadeiras e janelas dos prédios dos Três Poderes.
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O Palácio do Planalto foi invadido por volta das 15h50 do domingo. Os vândalos chegaram a roubar armas e munição do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). A sala da primeira dama, Rosângela Lula da Silva, a Janja, também foi depredada.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não estava em Brasília no momento das invasões e, segundo o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, seu gabinete não foi invadido por ser blindado.
Apenas peritos e servidores autorizados podem entrar nas áreas mais atingidas pelos atos. A perícia já divulgou uma lista com os itens que foram danificados durante os ataques terroristas de ontem.
O diretor de Curadoria dos Palácios Presidenciais, Rogério Carvalho, diz que será possível realizar a recuperação da maioria das obras vandalizadas, mas estima como “muito difícil” a restauração do Relógio de Balthazar Martinot.
Veja a lista preliminar de itens danificados em Brasília
No Palácio do Planalto
No andar térreo:
- Obra Bandeira do Brasil, de Jorge Eduardo, de 1995 — a pintura, que reproduz a bandeira nacional hasteada em frente ao palácio e serviu de cenário para pronunciamentos dos presidentes da República, foi encontrada boiando sobre a água que inundou todo o andar.
- Galeria dos ex-presidentes, as fotografias foram retiradas da parede, jogadas ao chão e quebradas
No 2º andar:
- Quadros e salas dos ministérios, quadros no corredor de acesso às salas dos ministérios no Planalto foram vandalizados com rasuras e várias molduras de fotografias foram quebradas.
No 3º andar:
- Obra "As mulatas", de Di Cavalcanti , a obra estimada em R$ 8 milhões está com sete rasgos. A obra é uma das mais importantes da produção de Di Cavalcanti.
- Obra O Flautista, de Bruno Jorge, a escultura em bronze estava avaliada em R$250 mil, mas foi encontrada completamente destruída, com pedaços espalhados pelo salão.
- Escultura de Frans Krajcberg, a obra de madeira foi encontrada quebrada em diversos pontos. A obra se utiliza de galhos de madeira, que foram quebrados e jogados longe. A peça está estimada em R$ 300 mil
- Mesa de trabalho de Juscelino Kubitscheck, exposta no salão, a mesa foi usada como barricada pelos terroristas. Ainda não se sabe qual o nível de danificação do móvel.
- Mesa-vitrine de Sérgio Rodrigues, o móvel que abriga as informações do presidente em exercício, teve o vidro quebrado.
- Relógio de Balthazar Martinot, o relógio de pêndulo do Século XVII foi um presente da Corte Francesa para Dom João VI. Martinot era o relojoeiro de Luís XIV. Existem apenas dois relógios deste autor no mundo. O outro está exposto no Palácio de Versailles, mas possui a metade do tamanho da peça destruída pelos terroristas. O valor desta peça é considerado fora do padrão.
No Supremo Tribunal Federal
- Cadeiras dos ministros do STF;
- Porta do armário das togas do ministro Alexandre de Moraes;
- Vidraças foram pichadas e quebradas;
- Tapete que, segundo informações do Supremo, pertenceu à Princesa Isabel;
- Escultura "A Justiça", feita pelo artista belo-horizontino Alfredo Ceschiatti em 1961, foi pichada;
- Busto de Rui Barbosa, responsável pela criação do STF no modelo atual, em 1890, foi destruído;
- Brasão da República do plenário do STF também foi tirado e levado para fora do órgão;
No Congresso Nacional
- Vitral da artista plástica Marianne Peretti; localizado no Salão Verde da Câmara dos Deputados, também foi destruído
- Vitrines do Congresso e do Planalto que exibiam objetos históricos;
- Janelas quebradas
- A base da escultura 'Bailarina', de Victor Brecheret, não se encontra no local de origem após as invasões
Há imagens de diversos outros quadros danificados que ainda não identificados.