Catadora que passou faixa para Lula é atacada nas redes por ter viajado à Europa
A catadora de materiais recicláveis Aline Sousa, responsável por passar a faixa para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a cerimônia de posse, foi alvo de ataques de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais. Bolsonaristas organizaram o ataque em grupos do Telegram e WhatsApp, mencionando uma foto de Aline na Itália publicada em suas redes sociais em novembro de 2022.
Numa publicação no Instagram, Aline se apresenta e diz que a viagem fez parte de um intercâmbio técnico e que foi viabilizada pela deputada federal bolsonarista Bia Kicis (PL), com o apoio da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), do Sindicato e Organização das Cooperativas do Distrito Federal e do Ministério do Desenvolvimento Regional.
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"Infelizmente, vivemos em uma sociedade, em uma era digital, onde as pessoas se sentem no direito de tirar conclusões e julgar outras pessoas com base no que existe de mais superficial!", escreveu Aline. "A nossa missão lá foi para a gente conhecer, se aprofundar nas metodologias e na implantação no sistema de Lixo Zero", justificou.
Ela foi chamada de "esquerda caviar" e outros usuários debocharam dela estar na Europa exercendo a profissão de catadora.
Aline Sousa tem 33 anos, é mãe de sete filhos e faz parte da terceira geração de catadores da família. Ela faz parte da Secretaria Nacional da Mulher e Juventude da Unicatadores, do Movimento Nacional de Catadoras, que representa a classe no Distrito Federal. Além dela, seis outros representantes da sociedade civil acompanharam Lula durante a cerimônia da passagem da faixa - entre eles, uma pessoa com deficiência que é ativista da causa anticapacista, e o cacique Raoni, conhecido pela luta em defesa do Meio Ambiente.
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