Invasão no sistema do CNJ faz Moraes determinar própria prisão: "Intime-se e faz o L"
Acesso ao sistema foi restringido e a Polícia Federal investiga o caso
13:31 | Jan. 05, 2023
O sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) foi alvo, nesta quarta-feira, 4, de invasão e um documento fraudado "expedido" pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes em que pede a prisão de si mesmo foi inserido nos registros.
O texto do mandado falso contava com trechos irônicos e determinava a prisão do ministro, mencionando, ainda, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Sem me explicar, porque sou como um deus do olimpo, defino liminarmente a petição inicial, tanto em razão da minha vontade (O Estado somente EU) como pela vontade extraordinária de ver o Lula continuar na presidência. O povo, conforme tenho reiteradamente ignorado, continuará atuando com competência e transparência, honrando sua histórica vocação de concretizar a Democracia e a autêntica coragem para lutar contra todas as forças que não acreditam no Estado Democrático de Direito”.
O falso documento ainda ordenava o pagamento de uma multa de R$ 22,9 milhões e os imediatos bloqueios dos bens do ministro.
O valor da multa faz referência à decisão de Moraes, determinada em novembro de 2022, que obrigou o pagamento de R$ 22,9 milhões pelo Partido Liberal (PL) - sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro - por litigância de má fé, e bloqueou os recursos do fundo partidário.
Por fim, o texto ainda faz novamente uma menção ao atual presidente da República. “Diante de todo o exposto, expeça-se o competente mandado de prisão em desfavor de mim mesmo, Alexandre de Moraes. Publique-se, intime-se e faz o L”.
O CNJ e a Polícia Federal investigam o caso. O mandado falso já foi retirado do ar e o acesso ao sistema foi restringido.