Bolsonaro voltará a ser denunciado à Justiça por senadores da CPI da Covid
Derrotado nas eleições, fora do poder e sem foro privilegiado, o ex-presidente poderia responder pelas acusações agora em primeira instância
12:17 | Jan. 04, 2023
Sem foro privilegiado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve se tornar alvo, novamente, dos sete senadores que integraram o núcleo duro da CPI da Covid. Os parlamentares irão reunir documentos que consideram provas de crimes cometidos pelo ex-mandatário durante a pandemia para que ele seja investigado pelo Ministério Público Federal. Derrotado nas eleições, ele poderia responder às acusações agora em primeira instância.
A informação é da jornalista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo. Instalada no Senado Federal em 2021, a CPI teve a missão de apurar a atuação do Governo Federal durante a pandemia. Ao todo, foram 67 sessões, quase 22,2 mil minutos de transmissão, 251 quebras de sigilo, 1.582 requerimentos apresentados e 1.062 aprovados, que resultaram na apuração formal e sugestão de indiciamento de 78 pessoas e duas empresas.
O então relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), apresentou um relatório que manteve a lista de nove crimes atribuídos a Bolsonaro: epidemia com morte como resultado, infração de medida sanitária preventiva, charlatanismo, incitação ao crime, falsificação de documento particular, emprego irregular de verbas públicas, prevaricação, crimes contra a humanidade e crimes de responsabilidade.
No entanto, na época, o procurador-Geral da República, Augusto Aras, pediu o arquivamento das denúncias, encerrando as investigações contra o ex-capitão. Em julho do ano passado, a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedidos de arquivamento de uma série de apurações derivadas das investigações da CPI da Covid.
A denúncia agora será analisada por um juízo de primeira instância que deverá decidir se a investigação deverá prosseguir.