Bolsonaristas divulgam informação falsa de que indígena Serere Xavante teria morrido na prisão
Cacique está preso em Brasília desde o dia 12 de dezembro. Informação sobre a saúde do líder indígena difere do que foi dito pela esposa
12:39 | Jan. 04, 2023
Informações sobre o estado de saúde do indígena bolsonarista Serere Xavante circularam na internet nesta terça-feira, 3. A esposa do indígena, Sueli Xavante, afirmou nas redes sociais que Serere teria sofrido uma parada cardiorespiratória e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegaram a afirmar que o indígena morreu na prisão, porém, a informação não é verdadeira.
Em vídeo compartilhado na noite desta terça no perfil do Instagram de Serere, um indígena, que não teve o nome divulgado, nega as informações ditas por perfis nas redes sociais e confirma que Xavante passou mal na prisão, mas por outro motivo.
“Agora, no início da noite, tiveram vários comentários em relação a ele [Xavante], teve um infarto, envenenado e acabou falecendo. Essa informação não é verdadeira, não é uma informação verídica. O cacique Serere sofre de diabetes avançada e ele tem que fazer uma dieta de alimentação e também de medicamentos. E, com tudo isso que ele vem vivendo na prisão, após trinta dias, isso vem afetando ele como pessoa e também a saúde. Então, hoje ele passou mal, e assim que ele passou mal, ele foi atendido e isso gerou todo esse tipo de especulação”, explicou.
Serere Xavante está preso no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal, após determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
O ex-candidato fez declarações questionando o resultado das eleições deste ano e incentivou que pessoas armadas impedissem a diplomação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Xavante também ameaçou Moraes e afirmou que o tiraria do STF “pelo pescoço”.
A Procuradoria Geral da República (PGR) justificou o pedido de prisão do indígena ao afirmar que ele utilizava da posição de cacique para incitar e cometer crimes.
Xavante teve prisão decretada em dezembro e a decisão motivou grupos bolsonaristas a realizarem atos de vandalismo em Brasília.
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