Moro critica discurso de Lula na posse: "Ouviram falar em combater a corrupção?"

Embora não tenha citado o tema diretamente, Lula mencionou a intenção de fortalecer mecanismos que garantam transparência, como a Lei de Acesso à Informação

12:49 | Jan. 03, 2023

Por: Vítor Magalhães
Tony Garcia prestou depoimento à Justiça em que fez graves acusações ao ex-juiz da Lava-Jato (foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O senador Sérgio Moro (União Brasil) fez a primeira crítica ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) um dia após o petista assumir o mandato presidencial. Moro criticou o que considerou ausência de compromisso no combate à corrupção durante os discursos na cerimônia de posse. “Vocês ouviram Lula falar em combater a corrupção nos seus discursos de ontem”, questionou o ex-juiz nas redes sociais.

Não quero atrapalhar a festa, mas, em algum momento, vocês ouviram Lula falar em combater a corrupção nos seus discursos de ontem?

— Sergio Moro (@SF_Moro) January 2, 2023

Embora não tenha citado o tema diretamente, Lula mencionou, no Congresso, que a Lei de Acesso à Informação voltará a ser cumprida como forma de garantir a transparência; fator relevante no combate à corrupção.

“A Lei de Acesso à Informação voltará a ser cumprida, o Portal da Transparência voltará a cumprir seu papel, os controles republicanos voltarão a ser exercidos para defender o interesse público”, comentou o petista, acrescentando que não carrega “nenhum ânimo de revanche”.

Já no Parlatório, do Planalto, Lula fez discurso em tom de união, afirmando que governaria para os mais de 200 milhões de brasileiros, inclusive os que não votaram nele nas eleições de outubro do ano passado. “A ninguém interessa um país em permanente pé de guerra ou uma família vivendo em desarmonia. É hora de reatarmos os laços com amigos e familiares rompidos pelo discurso de ódio”.

No primeiro dia de mandato, o presidente também assinou despachos determinando a reavaliação de sigilos impostos pelo antecessor, Jair Bolsonaro (PL), em documentos. Lula determinou um prazo de 30 dias para que a Controladoria-Geral da União (CGU) reavalie as decisões de Bolsonaro sobre os sigilos impostos.