Camilo critica gestão Bolsonaro e cita Paulo Freire: "Homens se libertam em comunhão"

Ministro assumiu o comando do Ministério da Educação (MEC) nesta segunda-feira, 2 de janeiro, e discursou em cerimônia em Brasília

12:11 | Jan. 02, 2023

Por: Vítor Magalhães
Camilo Santana (PT) se emocionou com discurso feito pelo governador eleito Elmano de Freitas (PT). (foto: THAÍS MESQUITA)

O ministro da Educação, Camilo Santana, assumiu o cargo no Ministério da Educação (MEC) nesta segunda-feira, 2. O petista criticou a condução da pasta pela administração do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e concluiu o discurso com uma frase do educador e filósofo brasileiro Paulo Freire no evento, ocorrido nesta manhã, em Brasília. A obra de Freire foi alvo de ataques sistemáticos por integrantes do governo Jair Bolsonaro e pelo próprio ex-presidente.

Camilo iniciou a sua fala afirmando que recebia a missão de comandar o Ministério com “honra e senso de responsabilidade” e ressaltou o que considera abandono da Educação na gestão passada. “Vivemos tempos sombrios, quando o Brasil foi negligenciado nas mais importantes áreas. E a educação, sem dúvidas, foi uma das mais atingidas. O que é mais valioso, foi tratado como subproduto”, comentou.

Ele também lembrou que a prática ocorreu durante um momento de dificuldade, no caso, a pandemia de Covid-19. “Quando mais a educação precisou de apoio do governo federal, mais foi desprezada e esquecida”, reforçou.

Ex-governador do Ceará, o petista lembrou os bons resultados do Estado durante o discurso e reforçou a intenção de replicar o modelo de alfabetização na idade certa em todas as unidades federativas. “Encerro (o discurso) com frase de Paulo Freire: 'Ninguém liberta ninguém. Ninguém se liberta sozinho. Os homens se libertam em comunhão'. Vamos ao trabalho", concluiu.

No primeiro ano de mandato, Bolsonaro chegou a chamar Paulo Freire de “energúmeno" e declarou que a programação da TV Escola “deseduca” a população. O penúltimo ministro da Educação, Milton Ribeiro, criticou repetidas vezes o ministro e disse que não avaliava "tão positivamente" a trajetória do educador.