Suspeito de terrorismo em Brasília participou de reunião no Senado organizada por cearense

A reunião foi marcada para discutir "a fiscalização das inserções de propagandas políticas eleitorais", conforme anúncio do Senado

O homem suspeito de tentar explodir um caminhão de combustível perto do aeroporto de Brasília participou de uma audiência pública no Senado Federal organizada pelo senador cearense Eduardo Girão (Podemos). George Washington de Oliveira Sousa aparece nas imagens da reunião que aconteceu no dia 30 de novembro na Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor.

A sessão foi transmitida ao vivo pela internet e, durante as onze horas de duração, o empresário apareceu diversas vezes. Entre os momentos, é possível ver que ele faz gravações e aplaude os discursos dos parlamentares presentes na reunião.

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O POVO entrou em contato com a assessoria do senador que, por meio de nota, ressaltou que a audiência foi aberta à população e teve a presença de “centenas de pessoas, inclusive parlamentares”. Ainda segundo a nota, “técnicos e juristas debateram sobre a fiscalização das inserções no processo eleitoral. Essa pessoa citada, que não conhecemos, não foi convidada por nosso gabinete”, diz. 

A reunião foi marcada para discutir “a fiscalização das inserções de propagandas políticas eleitorais”, conforme anúncio do Senado. No entanto, foi usada pelos congressistas para questionar a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o processo de apuração de votos. A atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no pleito presidencial também foram alvo de críticas.

Entre os parlamentares que falaram, estão os deputados federais Daniel Silveira (PTB) e Carla Zambelli (PL). Ambos tiveram sanções impostas pelas Cortes. Silveiro foi condenado a oito anos e nove meses de prisão por estimular atos antidemocráticos e ameaçar instituições. Ele recebeu um “perdão” de Jair Bolsonaro (PL), mas está inelegível por oito anos. Já Zambelli teve as contas de redes sociais suspensas por incentivar acusações de fraude eleitoral e a recusa dos resultados.

O homem teve a prisão convertida para preventiva, após ser preso no último sábado, 24, depois de deixar um explosivo na Estrada Parque Aeroporto, próximo do Aeroporto Internacional de Brasília. Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), o empresário confessou que pretendia explodir o artefato.

Natural do Pará, veio para a capital federal de atos em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Em depoimento, disse que o plano era “dar início ao caos” que levaria à “decretação do estado de sítio no país”.

Nesta segunda-feira, 26, a polícia do Senado decidiu adotar medidas mais rígidas para o acesso à Casa, sendo vetada a entrada de visitantes até a posse de Lula , no domingo, 1°. O comunicado oficial informa que as restrições são necessárias para reforço na segurança no perímetro da Praça dos Três Poderes, onde estão os palácios do Congresso Nacional, do Planalto e do Supremo Tribunal Federal.

A passagem pelos pórticos de raio-x e detectores de metal agora é obrigatória para todos. Antes era dispensada para servidores efetivos e comissionados, além de jornalistas credenciados. Até entregadores de alimentos ou motoristas de aplicativo não poderão entrar. As entregas e o embarque e desembarque de passageiros serão feitas na parte externa do Senado.

O líder da oposição, o senador Randolfe Rodrigues (Rede) afirmou ter solicitado ao Senado Federal informações sobre os responsáveis pela participação do empresário. Há o pedido de esclarecimento se os suspeitos entraram no Senado em alguma outra data e quem autorizou o acesso dos homens.

"Solicitei ao Senado Federal informações sobre os responsáveis pela participação, numa audiência da Casa, do terrorista que quase causou uma tragédia em Brasília. Nas imagens da reunião, também foi identificada a presença do cúmplice do terrorista numa audiência da Casa, do terrorista que quase causou uma tragédia em Brasília", escreveu pelas redes sociais.

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