Terrorismo em Brasília: o que se sabe sobre caso que envolveu bolsonarista e bomba no DF
Após investigações, a Polícia Civil descobriu que o caso envolvia um apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) que, motivado pelas palavras do mandatário, planejava um ataque terrorista com explosivos.Na tarde do último sábado, 24, o Esquadrão de Bombas da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) conseguiu desativar um artefato explosivo encontrado próximo ao Aeroporto de Brasília, por volta de 13h20. Após investigações, a corporação descobriu que o caso envolvia um apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) que, motivado pelas palavras do mandatário, planejava um ataque terrorista com explosivos.
Entenda o caso:
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O material explosivo foi encontrado dentro de uma caixa por funcionários da Inframérica por volta de 7h45min, após um caminhão ter deixado a caixa na via pública, ainda pela madrugada. Os funcionários interditaram parte da pista com cones, e esperaram os policiais militares chegarem.
Com a PMDF no local, uma das pistas sentido ao Aeroporto de Brasília foi interditada. O procedimento para a remoção do objeto, que eram duas bananas de dinamite ligadas a um fio, iniciou-se por volta de 11h55min pelo Esquadrão de Bombas da corporação. Às 13h20min, o grupo desativou a bomba, e deixou o local logo após, seguido do CBMDF e da PF. Policiais civis ficaram por lá para a realização da perícia.
O artefato possuía um temporizador envolvido por fios, que, quando acionado, poderia causar explosão. Após a neutralização do explosivo, o material apreendido foi entregue para perícia.
Bolsonarista planejou ataque
Na noite do sábado, 24, o empresário George Washington de Oliveira Sousa, 54, foi detido sob a acusação de tentar explodir um caminhão de combustível. Ele confessou ter colocado uma bomba em um caminhão-tanque no aeroporto de Brasília e disse que as "palavras" de Jair Bolsonaro (PL) o encorajaram a adquirir o arsenal de armas apreendido em seu poder. Segundo a PCDF, o criminoso tem registro de Caçador, Atirador e Colecionador (CAC).
O homem tem conexões com outros bolsonaristas que acampam em frente ao Quartel General do Exército com apelos golpistas contra a eleição de Lula. Um arsenal com duas espingardas, um fuzil, dois revólveres, três pistolas, além de centenas de munições e cinco emulsões explosivas foi apreendido em um apartamento alugado por ele no Sudoeste, bairro de Brasília.
George confessou ter montado um explosivo na Estrada Parque Aeroporto, próximo ao Aeroporto Internacional de Brasília e teria viajado do Pará a Brasília para participar das manifestações em apoio ao presidente Jair Bolsonaro. Segundo o delegado Robson Cândido, houve tentativa de acionamento da bomba, mas o artefato não explodiu. Para ele, o empresário queria implantar o "caos".
"Ele faz parte desse movimento de apoio ao atual presidente e estão imbuídos nessa missão, segundo eles ideológica. Isso é um ato que nunca existiu em Brasília. Se esse material adentrasse o aeroporto seria uma tragédia jamais vista. A intenção deles era explodir (a bomba) e causar esse tumulto baseado nessa ideologia", afirmou o delegado.
"Ele confessou que tinha intenção de cometer um crime no Aeroporto, com objetivo de chamar atenção para o movimento a favor do atual presidente Jair Bolsonaro, que eles estão empenhado no QG", completou Robson Cândido, durante coletiva.
O empresário foi autuado por posse e porte ilegal de armas, munições e explosivos e crime contra o estado democrático de direito. A Polícia Civil apura se o bolsonarista recebeu a ajuda de outras pessoas.
Flávio Dino acompanha investigação
A operação, intitulada de "Petardo" - atendimento de ocorrências envolvendo substâncias e/ou artefatos explosivos, em locais públicos ou particulares - foi divulgada pelo futuro ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB-MA), por meio de suas redes sociais.
"Os graves acontecimentos de ontem em Brasília comprovam que os tais acampamentos patriotas viraram incubadoras de terroristas. Medidas estão sendo tomadas e serão ampliadas, com a velocidade possível", disse Dino no Twitter. "O armamentismo gera outras degenerações. Superá-lo é uma prioridade".
O senador eleito pelo Maranhão cumprimentou a PCDF pela prisão do empresário, mas afirmou que é necessário agir contra o que vê como crimes políticos. "Reitero o reconhecimento à Polícia Civil do DF, que agiu com eficiência. Mas, ao mesmo tempo, lembro que há autoridades federais constituídas que também devem agir, à vista de crimes políticos", escreveu.
Dino afirmou que o futuro diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, acompanha o caso. "As investigações sobre o inaceitável terrorismo prosseguem", afirmou Dino. "Não há pacto político possível e nem haverá anistia para terroristas, seus apoiadores e financiadores", concluiu.
Mais bombas encontradas
Novos materiais explosivos foram encontrados pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), em uma área de mata no Gama, nesse domingo, 25. Além das bombas, havia coletes balísticos e capas de coletes. De acordo com as autoridades, esse foi o segundo caso envolvendo explosivos na capital federal. As autoridades encontraram os objetos após receberam uma denúncia. Equipes da PM foram para o local de mata e constataram que se tratava de um artefato explosivo.
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