Bolsonarista preso com arsenal de explosivos confessa plano para "dar início ao caos"

Apoiador do presidente Jair Bolsonaro revelou que atentado foi planejado junto com manifestantes acampados no QG do Exército, em Brasília

O empresário bolsonarista preso neste sábado, 24, após planejar um ataque a bomba contra um caminhão-tanque no aeroporto de Brasília confessou, em depoimento à Polícia Civil, que a explosão seria parte de um plano para "dar início ao caos" que levaria à decretação de estado de sítio no País. Na oitiva policial, George Washington de Oliveira, 54, revelou que o atentado foi planejado com manifestantes acampados no QG (Quartel General) do Exército da Capital Federal. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

O apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) contou aos policiais que além de detonar o caminhão-tanque, o grupo ainda arquitetava uma série de explosões em locais estratégicos de Brasília. O objetivo era "provocar a intervenção das Forças Armadas" e, com isso, impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), marcada para o dia 1º de janeiro.

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"Uma mulher desconhecida sugeriu aos manifestantes do QG que fosse instalada uma bomba na subestação de energia em Taguatinga [cidade do Distrito Federal] para provocar a falta de eletricidade e dar início ao caos que levaria à decretação do estado de sítio", afirmou o bolsonarista em depoimento aos agentes de segurança.

O delegado-geral da Polícia Civil do DF, Robson Cândido, informou à imprensa que o homem é natural do Pará e se mudou para Brasília recentemente para participar das manifestações golpistas no QG do Exército. "Ele faz parte desse movimento de apoio ao atual presidente [Jair Bolsonaro], e estão imbuídos nessa missão, segundo ele, ideológica", destacou Cândido.

O bolsonarista disse ter obtido licença como colecionador, atirador desportivo e caçador (CAC) em outubro do ano passado e que desde então teria desembolsado aproximadamente R$ 160 mil na compra de armamentos diversos, tais como carabinas, pistolas, revólveres e até fuzis. No momento da prisão, ele estava com parte do arsenal, além dos explosivos que seriam usados para detonar o caminhão-tanque.

O empresário contou que a logística do atentado foi planejada pelos grupos acampados em frente ao QG na manhã da sexta-feira, 23. "Eu disse aos manifestantes que tinha a dinamite, mas precisava da espoleta e do detonador para fabricar a bomba", narrou ele aos policiais, acrescentando que no mesmo dia recebeu de um desconhecido quatro acionadores e um controle remoto para detonar o material explosivo.

George foi autuado por porte ilegal de arma de fogo, munições e de artefatos explosivos. Ele também vai responder por crime contra o Estado Democrático de Direito.

De acordo com o delegado responsável pelo caso, este é o primeiro ataque a bomba da história registrado na capital federal. "Nós não iremos permitir que nenhum tipo de manifestação possa causar mal às pessoas ou ao patrimônio público", asseverou Robson Cândido.

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