Acusado de colocar bomba em aeroporto no DF diz ter tido influência em falas de Bolsonaro
George Washington confessou tentar promover um atentado na capital federal para chamar atenção do movimento de apoiadores do presidente Jair BolsonaroO empresário preso na noite deste sábado, 24, que confessou ter colocado uma bomba em um caminhão-tanque no aeroporto de Brasília, afirmou à Polícia Civil do Distrito Federal que as "palavras" de Jair Bolsonaro (PL) o encorajaram a adquirir o arsenal de armas apreendido em seu poder. George Washington de Oliveira Sousa, 54, foi detido sob a acusação de tentar explodir um caminhão de combustível.
Segundo informações da Folha de S. Paulo, em versão dada pelo suspeito aos policiais, ele fez referência ao discurso armamentista do presidente da República. A defesa pela posse de armas foi um elemento bastante usado por Bolsonaro durante sua campanha eleitoral de 2018 e ao longo de seu mandato, que se encerra no próximo sábado, 31 de dezembro de 2022.
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"O que me motivou a adquirir as armas foram as palavras do presidente Bolsonaro, que sempre enfatizava a importância do armamento civil dizendo o seguinte: 'Um povo armado jamais será escravizado'", disse o investigado, que afirmou ser um "apaixonado" por armas desde a juventude.
De acordo com o relato, Souza alegou trabalhar como gerente de um posto de gasolina no interior do Pará e que, desde outubro de 2021, quando obteve licença como CAC (colecionador, atirador desportivo e caçador), já teria gastado cerca de R$ 160 mil na compra de pistolas, revólveres, fuzis, carabinas e munições.
Em coletiva à imprensa, o delegado-geral da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), Robson Cândido, informou que o preso faz parte do grupo acampado em frente ao Quartel General do Exército. O delegado confirmou que o suspeito confessou o objetivo de promover um atentado na capital federal para chamar atenção do movimento antidemocrático de apoiadores de Bolsonaro, que quer impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência da República e cobra intervenção militar.