Roberto Cláudio defende que PDT seja "oposição construtiva" ao governo Elmano
Mesmo tendo perdido a eleição para o Governo do Ceará, o ex-prefeito tem força dentro do partido
15:23 | Dez. 16, 2022
O ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT) quer que os pedetistas fiquem de fora do governo de Elmano Freitas (PT) para desempenhar uma oposição "construtiva" e "responsável". O desejo é seguido também por uma ala do PDT que deixou clara a posição em reunião interna da legenda na quinta-feira, 15. Nesta sexta, a legenda se reuniu com o governador eleito para conversar sobre uma possível reaproximação entre os partidos.
"O governador veio aqui, compartilhou o seu sentimento, ouvimos, devemos ter uma nova reunião segunda-feira e eu vou continuar perseverando, porque creio que a tese (de fazer oposição) é melhor pra democracia cearense, melhor pro povo do estado do Ceará e também importante para o nosso partido", disse Roberto Cláudio.
Segundo ele, seria o melhor para o Estado que o papel que caberia ao PDT seria de "exercer uma oposição construtiva, propositiva, responsável". O ex-prefeito acredita que seria "importante" para o partido manter independência, mesmo que os integrantes façam "parte de um campo político muito semelhante".
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"A gente (o PDT) tem que estar unido em torno de ideais, em torno de coerência, em torno de posicionamento ,e por isso mesmo é que eu tenho defendido essa postura do PDT internamente", afirmou.
A legenda ainda não decidiu o posicionamento oficial e deve realizar, na próxima semana, outras reuniões para fechar em acordo. O prolongamento dos debates tem afetado a montagem do secretariado de Elmano. Roberto Cláudio ressaltou que o partido não fez indicações ou pedidos por pastas porque ainda não decidiu se vai fazer parte da base.
Mesmo tendo perdido a eleição para o Governo do Ceará, o ex-prefeito tem força dentro do partido e é seguido por alguns parlamentares na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor) e até na Assembleia Legislativa (AL-CE). Roberto Cláudio foi um dos personagens envolvidos no racha entre PT e PDT, já que foi escolhido, dentro do PDT, para disputar o Palácio da Abolição.
Sua candidatura foi apoiada pelo ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e pelo presidente nacional do partido, Carlos Lupi (PDT). Do outro lado, o senador eleito Camilo Santana (PT) queria que a governadora Izolda Cela (sem partido) fosse candidata à reeleição, o que não aconteceu. O PT decidiu então lançar Elmano Freitas na disputa, sendo eleito no primeiro turno.