Em disputa pelo MEC, Izolda diz que Camilo tem "papel importante" na política nacional

O PT pressionou para que a pasta seja comandada por um petista, o que dá força ao nome de Camilo Santana à frente da Educação

19:53 | Dez. 15, 2022

Por: Júlia Duarte
Governadora Izolda Cela durante evento que instituiu o Sistema de Integração e Gestão de informação de Mulheres em situação de Violência Doméstica (foto: THAÍS MESQUITA)

Com alguns nomes na disputa, a cadeira para o Ministério da Educação (MEC) da gestão do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue em aberto, com dois cearenses cotados: a governadora Izolda Cela (sem partido) e o senador eleito Camilo Santana (PT). Nesta quinta-feira, 15, Izolda comentou sobre uma possível indicação ao cargo e ressaltou que Camilo tem “um papel importante na composição nacional''.

Segundo a gestora, o foco no momento é concluir o mandato e entregar o cargo para Elmano Freitas (PT), não querendo antecipar questões relacionadas a cargos, “especialmente quando é ocupação”. No entanto, ela ressaltou que torce para que as definições “sejam as melhores possíveis”, ao mencionar o fortalecimento do nome de Camilo Santana em cenário nacional.

“Estou torcendo para que as definições sejam as melhores possíveis, sabendo que o nosso querido governador Camilo Santana, senador eleito, tem um papel muito importante na composição nacional. Eu fico por aqui, deixa vir o fluxo das coisas", afirmou. A fala ocorreu em evento de entrega do Sistema de Integração e Gestão de Informações de Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar (SIGIM), que integra a base de dados relacionados ao atendimento de mulheres em situação de violência.

Ela foi questionada se tinha preferência pessoal pelo MEC. "Não, desejo pessoal mesmo não. Eu não coloco essa questão nesses termos. Eu vejo que nós temos composições que envolvem lugares e composições de equipes que terão responsabilidades. Eu penso que elas exigem elementos de outra ordem também, de oposição e tudo”, ressaltou. A governadora disse torcer “para que tudo dê certo”, uma vez que a educação foi uma das "áreas muito sofridas ao longo desses anos".

A especulação sobre Izolda foi reforçada no dia da diplomação de Lula na segunda-feira, 12. Izolda e o marido, Veveu Arruda, chegaram logo atrás do presidente eleito à solenidade. A gestora, porém, afirmou que a presença foi como representação do Ceará, sem relação com um possível cargo.

“Eu fui como governadora para garantir essa representação institucional em um momento importante da nossa democracia. Demarcar a importância de que tivemos eleições e os resultados das eleições devidamente respeitados com a diplomação. Então, foi muito nesse sentido, para mim, de estar ali naquele momento”, pontuou.

Izolda, Camilo e o líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes (MG), são citados para assumir o MEC. No entanto, o PT pressionou para que o ministério fosse comandado por um nome da legenda. Lula convidou formalmente o ex-governador cearense para comandar o MEC.

Inicialmente, Camilo Santana demonstrou preferência para ser ministro das Cidades ou do Desenvolvimento Regional, mas as pastas são alvo de intensa disputa de partidos como MDB, PSD, PSB, União Brasil, além do deputado eleito Guilherme Boulos (Psol-SP). Isso teria "esfriado" o nome de Izolda frente ao nome de Camilo. Sobre a resistência do PT ao seu nome, a Izolda pontuou que a própria legenda teria que "explicar melhor" a questão.

Em novembro, Izolda já tinha comentando não ter expectativas para assumir a pasta, mas dizia se sentir honrada por ter o nome lembrado para o cargo. Ela ressaltou, na época, que tinha "disposição de aprender" caso fosse escalada para a "missão".

Colaborou a repórter Marcela Tosi