"Vamos lutar para que seja derrubado", diz Padre Júlio Lancellotti sobre veto de Bolsonaro

Caso aprovada, a lei levaria o nome do pároco que promove a proteção e o acolhimento de pessoas em situação de rua

13:35 | Dez. 14, 2022

Por: Taynara Lima
Congresso derrubou o veto de Bolsonaro à Lei Padre Júlio Lancelotti, que proíbe estruturas para afastar pessoas em situação de rua (foto: Reprodução/Instagram )

O Padre Júlio Lancelotti se manifestou nesta quarta-feira, 14, sobre o veto do atual presidente Jair Bolsonaro (PL) à lei que proibiria arquitetura hostil em espaços públicos - tipos de construções com o objetivo de afastar o uso da população, principalmente pessoas em situação de rua, jovens e idosos.

Em entrevista ao portal g1, Padre Júlio afirmou que já antecipava o veto do presidente, mas espera que a decisão possa ser derrubada.

“O veto da lei pelo presidente Bolsonaro era, de certa forma, esperado por ser uma lei de humanização da vida que supera a hostilidade e aponta para a necessidade da hospitalidade. Espero que, como a lei foi aprovada com grande apoio do Congresso Nacional, tanto no Senado quanto na Câmara Federal, que o veto possa ser derrubado para que possamos dar um passo importante na humanização da vida e no acolhimento das pessoas”, declarou.

Caso aprovado, o projeto, de autoria do senador Fabiano Contarato (PT), seria nomeado como Lei Padre Júlio Lancellotti, em homenagem ao pároco que atua na proteção de moradores de rua e utiliza as redes sociais para denunciar as construções hostis.

Derrubando as pedras embaixo do viaduto a marretadas pic.twitter.com/3qFeowBdL8

— JULIO LANCELLOTTI (@pejulio) February 2, 2021

Nesta terça-feira, 13, o padre também utilizou as redes para falar sobre o assunto e publicou fotos com as legendas “A luta continua” e “Vamos lutar para que o veto seja derrubado”.

Além de impedir o uso de materiais e estruturas desse tipo de arquitetura, a proposta visa estabelecer como diretriz a promoção de conforto, abrigo, bem-estar, descanso e acessibilidade no uso dos espaços livres no Estatuto da Cidade.

O projeto já tinha passado pelo Senado e o texto havia sido aprovado pela Câmara dos Deputados.