Sarto diz que é "paradoxal", "contraditório" e "inexplicável" PDT apoiar PT sem retribuição

Prefeito de Fortaleza considera que um possível acordo para PDT apoiar Elmano deve ser retribuído com o apoio do PT à gestão na Capital

22:09 | Dez. 08, 2022

Por: Érico Firmo
Prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT) (foto: FCO FONTENELE)

O prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), considera que seria "paradoxal", "contraditório e inexplicável" o PDT apoiar Elmano de Freitas (PT) no Governo do Estado e ele não ter de volta o apoio do PT na Prefeitura de Fortaleza. Sarto relatou ter sido informado de que Elmano telefonou para o presidente do PDT no Estado, André Figueiredo, e eles deverão iniciar as conversas sobre um entendimento. Que, na opinião de Sarto, precisam ir além do nível estadual e envolver a Prefeitura de Fortaleza.

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— Jogo Político (@jogopolitico) December 9, 2022

O presidente do PT em Fortaleza, vereador Guilherme Sampaio, tem repetido que o partido tem "visão muito crítica" sobre a administração Sarto. A bancada da legenda na Câmara tem batido fortemente na proposta de criação da Taxa do Lixo, recentemente apresentada.

Questionado sobre como recebe essa posição, Sarto pondera: "Eu recebo como natural de um opositor enquanto está fazendo oposição. Mas, na Assembleia, por exemplo, enquanto o governador era Camilo Santana (PT), o PDT apoiava as iniciativas do governo. Para mim, é paradoxal você querer que um partido numa casa legislativa apoie um partido de um governante de outro partido e em outra casa legislativa o reverso não aconteça".

Indagado se a posição do PT atrapalha o acordo com o PDT para apoiar Elmano, Sarto fez uma pausa antes de responder. Após cinco segundos em silêncio, ele disse: "Eu acho que a mão que leva é a mão que traz. Mas essa é uma opinião muito muito particular minha. Porque além de contraditório é inexplicável. Como é que você imagina que o PDT da Assembleia apoiará um governo do PT e não imagina que o PT na Câmara não apoie o governo do PDT. Pra mim é no mínimo contraditório."

PT e PDT foram aliados de longa data no Governo do Estado, de janeiro de 2007 até o rompimento, em julho deste ano, quando os pedetistas decidiram lançar Roberto Cláudio como candidato a governador, no lugar de lançar a governadora Izolda Cela (hoje sem partido) à reeleição. A aliança existia antes mesmo de o grupo Ferreira Gomes estar filiado ao PDT.

Em Fortaleza, porém, a aliança acabou em 2012. Curiosamente, também com participação de Roberto Cláudio. Ele foi lançado candidato a prefeito, aliás, contra Elmano, que era candidato de situação, com apoio da então prefeita Luizianne Lins (PT). A partir da posse de Roberto Cláudio na Prefeitura, em 2013, o PT passou a ser oposição no município, apesar de a aliança estadual ter se sustentado, até pouco mais de quatro meses atrás.

Em Fortaleza, a base de Sarto conseguiu, no início deste mês, eleger o líder do prefeito, Gardel Rolim (PDT), para presidente da Câmara por unanimidade, com votos inclusive do PT. Mas, os petistas voltaram à carga contra o prefeito com o envio, nesta semana, da proposta de criação da Taxa do Lixo.