Pedetistas não são vetados no governo Elmano, mas seriam "indicação pessoal"
Presidente estadual do PDT, André Figueiredo analisa que cenário regional não tem correlação com decisão do PDT de apoiar Lula
19:31 | Dez. 07, 2022
Filiados do PDT que possam ser chamados para o secretariado de Elmano de Freitas (PT) não serão impedimento dentro da legenda. No entanto, a presença seria por uma “indicação pessoal” do governador eleito e não a pedido do PDT. É o que explica o presidente da legenda no Ceará, o deputado federal André Figueiredo.
O parlamentar já tinha comentado que não haveria “ nenhum obstáculo ou veto” para que filiados assumissem um possível cargo na equipe de Elmano. O deputado ressaltou ainda que o governador eleito ficasse “bem à vontade” dentro dessa escolha.
“Caso ele queira convidar algum companheiro nosso, não colocaremos nenhum obstáculo ou veto”, disse o deputado ao colunista do O POVO, Eliomar de Lima.
Na última quarta-feira, 6, o PDT participou de reunião com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O registro foi compartilhado pelas redes sociais tanto do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, quanto pela conta oficial do partido.
A executiva ressaltou que não tem “nenhuma exigência ou reivindicação” ao governo de Lula, mas que vai apoiar “todas as medidas que protejam os trabalhadores e elevem os salários e o fim do teto de gastos para a área social”.
Figueiredo, que foi reconduzido ao sétimo mandato como líder da bancada pedetista na Câmara dos Deputados, fala em ser base aliada de Lula. No Ceará, no entanto, segundo ele, isso não tem correlação. "Nós seremos da base, estivemos com Lula ontem à tarde, com o presidente Carlos Lupi e o presidente do PDT no senado, Weverton Rocha”, ressaltou.
Na Câmara, o PDT cearense vai ocupar outras quatro cadeiras, além de Figueiredo. Idilvan Alencar, Marcos Robério, Mauro Filho e Eduardo Bismarck também conseguiram se reeleger nas eleições de 2022.
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Ceará
Elmano convidou Salmito Filho (PDT), deputado estadual reeleito, como coordenador do grupo da transição que trata de Desenvolvimento Econômico e Trabalho e Meio Ambiente. Ao lado de Vladyson Viana, Salmito foi um dos facilitadores da reunião que discutiu com a vice-governadora Jade Romero (MDB) sugestões de setores ligados ao desenvolvimento econômico.
O parlamentar comentou o pedido de Elmano para que as “contribuições” de lideranças e técnicos fossem sistematizadas em relatório que deve ser entregue junto dos documentos técnicos a quem assumir a pasta futuramente.
Os deputados estaduais da legenda aguardam o resultado de deliberação interna, especialmente de nomes como Figueiredo, o ex-ministro Ciro Gomes, o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio e do senador Cid Gomes. Os membros da legenda se dividem em dois grupos.
Um defende aliança com os futuros governos petistas de Elmano e Lula, fortalecidos com o apoio de Cid, que prega "diálogo", como ocorreu na disputa da Câmara Municipal de Fortaleza. Leo Couto (PSB) retirou a candidatura, segundo nota, como um pedido de Cid. Outro grupo, mais ligado a Ciro Gomes, ainda não fechou posição sobre o apoio dos deputados à Elmano.
Por Elmano, PDT deve integrar como base de sua gestão. O que falta, como afirmou ao Jogo Político, é que a legenda "decida" oficialmente o posicionamento para que as partes possam sentar e dialogar. "
"Eu primeiro preciso saber se o PDT quer participar do governo. Eu sei que tem duas posição públicas claras, uma mais falada e a outra não. Eu sei que tem gente do PDT defendendo que o PDT seja até oposição. Eu não posso ser desrespeitoso. Eu tenho de respeitar o PDT no seu todo", disse o governador eleito ao O POVO em novembro.