Tasso Jereissati faz discurso em tom de despedida do Senado e exalta democracia

Ele destacou que assumiu o primeiro mandato de Senado quando Lula havia sido eleito pela primeira vez, e se despede agora com o retorno do petista — mas em cenário bem diferente

O senador cearense Tasso Jereissati (PSDB) fez no início da noite desta terça-feira, 6, discurso de despedida do Senado. A fala foi marcada pela defesa da democracia.

"As recentes eleições nos trazem o alerta de que devemos estar sempre vigilantes contra ameaças autoritárias, ainda que surjam e se camuflem por dentro do próprio sistema democrático." O mandato de Tasso se encerra em 31 de janeiro. O tucano não concorreu à reeleição.

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Ele fez um paralelo entre o momento em que chegou ao Senado pela primeira fez, em fevereiro de 2003, após a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela primeira vez, e agora, com o retorno do petista, em um cenário diferente.

Tasso destacou que, no fim de 2002, a transição de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para Lula marcou o que ele considerava, naquele momento, a consolidação da democracia brasileira. "Um operário, sindicalista, nordestino assumia a Presidência da República num clima de paz, de festa, sem que tivesse havido qualquer percalço."

Cenário distinto, ele aponta, do atual, quando Lula sucederá a Jair Bolsonaro (PL). "Quis o destino essa minha despedida do Senado Federal exatamente no momento em que Lula retorna ao poder, agora após uma das eleições mais conturbadas da nossa história, em que não faltaram ataques à própria democracia da parte de grupos radicais que, apesar de minoritários, revelaram uma relativa força e poder de mobilização." Ele completou: "Felizmente, a maioria da população e as instituições souberam repelir tais ideias."

Da experiência de 2002 e 2022 ele diz ter tirado a lição: "Exatamente por ter vivenciado de perto esses diferentes momentos, em mim se consolidou a certeza de que a democracia é o bem mais precioso da sociedade brasileira."

O tucano destacou que, nos dois mandatos de senador (2003-2011 e 2015-2023) foi quase sempre oposição. Inclusive após o impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 2016, ele destacou ter optado por não aderir automaticamente ao governo Michel Temer (MDB).

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