Deputado do PT propõe fim do uso político da bandeira do Brasil
Parlamentar busca poupar os símbolos nacionais de "eventuais desgastes"O deputado federal Márcio Macêdo (PT-SE) apresentou um projeto de lei que busca proibir o uso político da bandeira do Brasil e de outros símbolos relacionados, como o hino nacional. A proposta foi apresentada em novembro e está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.
No texto, o parlamentar justifica o projeto citando o contexto de polarização presente no cenário político brasileiro.
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“A proposta é poupar a bandeira nacional - e os demais símbolos nacionais - da banalização, do desgaste desnecessário, do uso pelas frações políticas, o qual pode mesmo fazer do símbolo de união signo de divisão”.
O deputado ainda destacou o uso dos símbolos por determinados grupos “para gerar divisão entre os brasileiros” durante as últimas eleições.
Os apoiadores do atual presidente Jair Bolsonaro (PL) se apropriaram da bandeira do Brasil e da camisa da seleção brasileira, por exemplo, por se considerarem patriotas. Por conta disso, parte da oposição evitava utilizar itens com referência a símbolos nacionais por temer ser relacionada a grupos bolsonaristas.
Porém, com a chegada da Copa do Mundo, muitas pessoas decidiram usar camisas e acessórios estampados com a bandeira brasileira.
Dias antes do início da competição, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu para os brasileiros não terem vergonha da camisa verde e amarela, por considerar que o item “não é de partido político, é do povo brasileiro”.
Para os apoiadores de Bolsonaro, que desde o fim do segundo turno realizam manifestações contra o resultado das eleições, o movimento foi contrário. Manifestantes sugeriram não usar a camisa da seleção para não serem confundidos com torcedores. De acordo com eles, o momento é de protesto e não de comemoração.
Caso o projeto de Macêdo seja aprovado, os políticos brasileiros não poderão utilizar a bandeira ou o hino do Brasil em campanhas eleitorais, além da decisão demandar fiscalização do Ministério Público.