MDB, PSD e União Brasil querem ministérios para aderir base de Lula

Petista busca articulações políticas para o futuro governo, visando, principalmente, a PEC da Transição

11:14 | Dez. 01, 2022

Por: Taynara Lima
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) busca criar uma base política de apoio com os partidos MDB, PSD e União Brasil. Porém, essa articulação só acontecerá se os partidos tiverem representantes na Esplanada dos Ministérios. No total, as três siglas formam o maior bloco do Senado, com 31 integrantes.

De acordo com informações da Folha de São Paulo, os aliados de Lula afirmam que não há cargos suficientes para a quantidade de pedidos que têm sido feitos.

Movimento Democrático Brasileiro (MDB)

Para integrar a base, o MDB deseja três ministérios, com uma vaga sendo da senadora Simone Tebet, que ficou em terceiro lugar na corrida presidencial e apoiou o presidente eleito durante o segundo turno das eleições.

Tebet faz parte da equipe de transição do novo governo na área de assistência social e, por isso, é cotada para assumir o Ministério do Desenvolvimento Social, pasta que também é desejada pelo PT.

No entanto, parte da sigla quer que a senadora vá para o Ministério de Meio Ambiente, que tem a ex-ministra Marina Silva como principal nome.

Com as articulações e a aliança de Lula com Tebet, que teve importante papel na campanha do petista, a legenda deseja espaço “à altura” na nova gestão.

Partido Social Democrático (PSD)

O PSD busca emplacar dois ministérios, ainda não especificados, com a justificativa de que as nomeações poderão facilitar as articulações do futuro governo com o Congresso.

A sigla deseja um nome indicado pela bancada da Câmara e outro pelos senadores do partido. Entre os cotados estão o deputado Pedro Paulo (PSD-RJ) e o senador Carlos Fávaro (PSD-MT).

União Brasil

O União Brasil, formado pela fusão do PSL e Democratas, é um dos partidos com maior número de representantes na Câmara, com 59 deputados a partir do ano que vem. O partido também tem dez representantes no Senado e elegeu quatro governadores nas eleições deste ano.

A legenda tem interesse em integrar dois ministérios para que o apoio à nova gestão seja efetivado. Uma semana após à vitória de Lula, o presidente nacional do partido, Luciano Bivar, afirmou que vê o futuro governo com “grande simpatia”.

Nesta terça-feira, 29, Lula se encontrou com Elmar Nascimento (BA) e Davi Alcolumbre (AP), líderes do partido na Câmara e no Senado, respectivamente. 

Apesar da tentativa de espaço na Esplanada de Lula e conversas entre o partido e o futuro mandatário, parte dos integrantes mais próximos do atual presidente Jair Bolsonaro (PL) não tem interesse em aderir o governo petista. No Ceará, alguns parlamentares do partido reiteraram oposição ao petista. 

O deputado Capitão Wagner, presidente do partido no estado e candidato derrotado nas eleições para o cargo de governador, dá indícios de que não será base do presidente eleito, independente do posicionamento da legenda.

A deputada federal eleita Dayany Bittencourt, esposa de Wagner, também afirmou que será figura contrária ao governo. “Fui eleita deputada federal pelos cearenses para ser oposição. Vou seguir a minha coerência política na Câmara dos Deputados sendo uma oposição responsável e propositiva. Tudo o que for de bom para o meu País, votarei a favor, atuando para fortalecer o debate, a fiscalização e a nossa democracia”, disse em entrevista ao O POVO.

A sigla é considerada importante para que a PEC da Transição, que retira o Bolsa Família do teto de gastos e permite o pagamento do benefício que foi um dos principais pontos da campanha do futuro presidente, seja aprovada.