PT pede ao Supremo investigação sobre sargento do GSI por "ameaças a Lula"
A solicitação se dá em razão da divulgação de vídeo em que o militar fomenta atos em frente a quartéis das Forças Armadas, questionando o resultado das urnas. Na gravação, ele chega a afirmar: "Eu tenho certeza que o ladrão não sobe a rampa"
15:46 | Nov. 30, 2022
O PT acionou o Supremo Tribunal Federal com pedido para que o primeiro sargento Ronaldo Ribeiro Travassos, que integra o Gabinete de Segurança Institucional seja investigado por supostas ameaças ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e seus eleitores, "incitação e apologia à prática de crimes contra o resultado eleitoral e incentivo às práticas de atos inconstitucionais contra as instituições democráticas". A solicitação se dá em razão da divulgação de vídeo em que o militar fomenta atos em frente a quartéis das Forças Armadas, questionando o resultado das urnas. Na gravação, ele chega a afirmar: "Eu tenho certeza que o ladrão não sobe a rampa".
Em paralelo à solicitação de investigação criminal contra o primeiro sargento, o deputado Paulo Teixeira - que também assina a notícia-crime enviada ao STF — apresentou um requerimento para que a Comissão de Constitucionalidade, Justiça e de Cidadania da Câmara convoque o general Augusto Heleno, chefe do GSI, a prestar esclarecimentos sobre a "flagrante transgressão disciplinar e o crime de incitação" cometidos por Travassos.
Ao Supremo, o PT pede que o primeiro-sargento seja incluído no rol de alvos de inquéritos sensíveis ao presidente Jair Bolsonaro, como o das milícias digitais e o das fake news. A legenda pede que a Corte máxima apure suposta incitação e apologia ao crime, além de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito imputada a Travassos.
"Nesse instante em que a sociedade brasileira espera por mais um momento de afirmação do exercício democrático, de ver consolidada sua vontade exercida pelo voto, confiante na consistência que o processo eleitoral tem expressado no sistema de urnas eletrônicas seguras, atitudes que afrontam tais direitos fundantes e ameaçam a ordem constitucional e legal vigentes, como se verifica nas ações e condutas aqui expostas, precisam ser efetivamente apuradas, impedindo sua continuidade e, sobretudo, identificando e responsabilizando de maneira devida e firme os infratores", argumenta a legenda à Corte máxima.
O partido ainda requer ao Supremo que Travassos seja afastado das funções exercidas no GSI e ainda tenha seu porte e posse de arma de fogo suspenso. A legenda também pede que seja determinada a vedação de qualquer participação do militar em atos antidemocráticos, sob pena de prisão.
No requerimento apresentado à Comissão de Constitucionalidade, Justiça e de Cidadania da Câmara, Teixeira ainda ressalta que, em nota, o GSI não condenou a atuação de Travassos, 'se limitando a afirmar que não tem competência para "autorizar servidores para que participem de qualquer tipo de manifestação" e que "as supostas declarações demandadas são de responsabilidade do autor em atividade pessoal fora do expediente"'.
Em um trecho do vídeo protagonizado por Travassos, o primeiro-sargento diz que "o general" tem conhecimento da sua participação nos atos antidemocráticos. Não há citação ao nome de Augusto Heleno.
Leia mais
-
Posse de Lula terá programação de shows com mais de 20 artistas; veja atrações
-
"Vão prestar continência para um bandido?", diz Zambelli a generais em tom golpista
-
Deputado cearense eleito foi preso no dia do aniversário de 45 anos
-
Em viagem ao Catar, Eduardo Bolsonaro falta à sessão que vota projeto de sua autoria
-
Militares da ativa ferem lei e participam de atos golpistas contra posse de Lula
-
Bolsonaro está recuperado e animado, diz presidente do PL
-
Valdemar diz que Bolsonaro "é homem" e que não irá deixar os manifestantes "na mão"
-
Câmara diz que Eduardo Bolsonaro foi ao Catar em viagem pessoal e sem despesas ao Congresso
-
Bolsonaro ignora apoiadores e sai calado de jantar do PL em Brasília
-
Arthur Lira é chamado de "traidor" durante jantar do PL com Bolsonaro em Brasília
-
Índice de popularidade digital de Lula dispara e Bolsonaro registra queda
-
Lula ignora pressão interna e faz gesto à área militar ao definir Múcio na Defesa
-
PL apoia Lira, mas lança Marinho contra Pacheco no Senado