Hostilizado por apoiar PT, Ciro deve voltar à cena após 100 dias de Lula
|Eleições| Pedetista foi o quarto colocado na disputa de 2022 e tem mantido silêncio sobre futuro político
01:15 | Nov. 28, 2022
O ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) foi hostilizado em aeroporto de Miami, nos Estados Unidos, por apoiar o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — ainda que muito discretamente — no 2º turno das eleições. O pedetista tem mantido silêncio sobre seu futuro político desde o fim da eleição, na qual foi quarto colocado. Mas, a postura tem data de validade.
Ciro teria confidenciado a interlocutores que deve retornar à cena após os 100 primeiros dias da futura gestão. A ideia é analisar os rumos da administração a partir de janeiro de 2023 e estudar qual postura adotará, segundo o colunista Rodrigo Rangel, do site Metrópoles.
Na campanha presidencial de 2022, o pedetista se opôs tanto a Bolsonaro, quanto a Lula, o que não o livrou de críticas. "Olha aqui, gente, quem está em Miami, que se aliou ao bandido do PT, Ciro Gomes", disse uma mulher enquanto gravava o episódio. "Está aqui passeando, enquanto vocês estão aí todos passando dificuldade", acrescentou.
Ao lado da esposa, Giselle Bezerra, o ex-ministro apenas olhou e sorriu enquanto ignorava os insultos. A mesma postura foi adotada por Giselle, que continuou mexendo no celular.
Na disputa deste ano, ele tentava se colocar como contraponto a Lula e Bolsonaro. No segundo turno, declarou apoio ao petista sem citar o nome de Lula, limitando-se a dizer que seguia a orientação do PDT.
Durante o pleito, ele foi superado por Simone Tebet (MDB), que obteve 4.915.423 votos (4,16%), enquanto ficou com 3.599.287 (3,04%). Foram 9,7 milhões a menos do que conseguiu há quatro anos.
Em uma disputa presidencial, o pedetista foi superado no Ceará no primeiro turno pela primeira vez. Em 2018, foi escolhido por 1.998.597 cearenses, à frente de Fernando Haddad (PT) e do atual presidente. Ciro viu o eleitorado encolher em 1,6 milhão no Estado. O ex-ministro ficou atrás de Lula e Bolsonaro até em Sobral, berço político da família.
Ciro já sinalizou que não teria intenção de ser candidato em novas eleições. "Eu pretendo parar por aqui", afirmou durante as eleições. Porém, fez questão de não fechar absolutamente as portas. ""Claro que essas coisas sempre podem mudar, quero deixar registrado aqui, mas eu tenho 64 anos, dei minha vida inteira à causa do povo brasileiro". E completou: "Talvez esteja na hora de eu cuidar da minha vida, dos meus lindos filhos e netos".