Bolsonarista convoca atiradores para impedir posse de Lula em Brasília

Sob aplausos, o bolsonarista afirmou ainda que a bandeira nacional vai ser tornar vermelha, "mas com o próprio sangue"

11:38 | Nov. 28, 2022

Por: Filipe Pereira
Apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) durante manifestação golpista em Brasília (foto: Reprodução/Twitter)

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra um apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) convocando  CACs (colecionadores, atiradores desportivos e caçadores) à diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para impedir a posse do petista. O chamado teria sido feito neste sábado, 26, durante uma manifestação golpista em frente ao quartel general de Brasília.

Na gravação, o homem que se identifica como Milton Baldin, da cidade de Juruena, no Mato Grosso, convida também empresários e empreendedores do agronegócio para participar do ato. Sob aplausos, o bolsonarista afirmou ainda que a bandeira nacional vai ser tornar vermelha, "mas com o próprio sangue".

Manifestante bolsonarista convoca CACs para evitar diplomação de Lula, em 19 de dezembro. O chamado teria sido feito neste sábado, 26, durante uma manifestação golpista em frente ao Quartel General de Brasília. pic.twitter.com/8P1IfdpejT

— Jogo Político (@jogopolitico) November 28, 2022

"Gostaria de pedir ao agronegócio, aos empresários, que deem férias aos caminhoneiros e mandem os caminhoneiros para Brasília. São só 15 dias, não vai fazer diferença. Também pedir aos CACs, atiradores que têm armas legais... Somos 900 mil atiradores no Brasil hoje, venham aqui mostrar presença", disse o homem.

"Se nós perdermos essa batalha, o que você acha que vai acontecer dia 19? Vão entregar as armas, e o que eles vão falar? 'Perdeu, mané'", completou o manifestante, referindo-se à frase dita pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso a apoiador de Bolsonaro em Nova York, nos EUA.

A vitória de Lula no segundo turno nas eleições tem instigado uma série de atos golpistas por parte de apoiadores de Bolsonaro. Os grupos iniciaram uma onda de protestos contra o resultado das eleições, que incluem manifestações nas entradas de quartéis e bloqueio de rodovias. As reivindicações do movimento vão de anulação do segundo turno do pleito a intervenção militar.