Haddad diz que governo Lula deve priorizar reforma tributária já em 2023

Fernando Haddad foi para evento para substituir Lula (PT) que se recompõe de uma cirurgia na garganta. O ex-ministro está sendo cotado para ser ministro da Fazenda no novo governo.

Fernando Haddad, ex-candidato a governador de São Paulo pelo PT, disse que o governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve priorizar a reforma tributária ainda em 2023, primeiro ano de seu governo, com foco em impostos indiretos. As informações foram dadas em um almoço promovido pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), em São Paulo, nesta sexta-feira, 25.

Haddad já foi ministro da Educação e está sendo cotado para ser ministro da Fazenda no novo governo de Lula. Ele afirmou, na mesma ocasião, que a renda e o patrimônio estarão na pauta logo em seguida e que o crédito precisa ser barateado no país numa agenda com foco sobre a intermediação financeira.

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“Estamos há duas décadas tentando fazer esse trabalho (reforma tributária). Duas propostas amadureceram em relação a impostos indiretos, nesta primeira etapa. Lula vai dar prioridade à aprovação em relação aos tributos indiretos, mas depois pretende focar em renda e patrimônio para completar o ciclo”, afirmou Haddad.

Lula ainda se recupera de uma cirurgia na garganta e enviou Haddad para evento em seu nome. Durante o discurso, o ex-ministro disse que não queria "frustrar expectativas" em relação aos planos do futuro governo e não confirmou se é candidato à pasta, nem falou sobre assuntos que estão na pauta do mercado financeiro, como a PEC da Transição.

Ainda em evento nesta sexta-feira, 25, Haddad criticou o orçamento do país ao dizer que hoje tem-se “dificuldade de atingir qualquer objetivo”. “Hoje, temos dificuldade de atingir qualquer objetivo, seja em Saúde, Educação e Tecnologia. Precisamos reconfigurar o Orçamento, dar transparência, sempre com o protagonismo do Congresso”, defendeu.

Ele argumentou que a qualidade da despesa no Brasil piorou muito e que os gastos com educação básica são equivalentes ao que gastam países da OCDE, mas que a gestão dos recursos não é bem feita.

Após o evento, Fernando Haddad ainda informou que não foi convidado para assumir o comando da equipe econômica no futuro governo Lula. O ex-candidato disse que o melhor a se fazer é “dar liberdade” para que o presidente eleito escolha os integrantes de sua equipe.

“Há muita expectativa sobre isso (...) existem negociadores qualificados em reunião com o presidente Lula. Eu acredito que o diálogo vai culminar num denominador comum”, afirmou.

Fernando Haddad faz parte do grupo temático de Educação, no grupo de transição, mas também estaria participando das discussões sobre Economia. Junto com cerca de 350 pessoas que participaram do almoço, Haddad esteve com os principais banqueiros do país, entre eles o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, do Itaú, Milton Maluhy, do BTG, André Esteves, da Caixa Econômica Federal, Daniella Marques, do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro, do Safra, e Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

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