Após eleições, Exército paralisa operação carro-pipa no Ceará e deixa mais de 400 mil sem água

O corte de verba passou a vigorar neste mês de novembro

A Operação Pipa, do Governo Federal, está com atividades paralisadas em pelo menos cinco municípios do Ceará. Com recursos e execução sob responsabilidade do Exército, a ação ocorre em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) e é responsável por levar água potável às zonas rurais. Aiuaba, Arneiroz, Beberibe, Irauçuba e Quixadá são as cinco localidades do Estado com atividades 'temporariamente suspensas'.

As informações constam no site "Portal da Operação Pipa", do Exército, referente a este mês de novembro. Lá estão presentes dados relacionados aos municípios brasileiros onde a ação é executada. Ao todo são 468, com 1.628.865 habitantes atendidos, por 3.348 pipeiros — motoristas cadastrados para a distribuição de água nas cidades.

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O Ceará totaliza 34 municípios e 147.085 cearenses beneficiados. Em maio deste ano, eram três cidades sem abastecimento de água potável. Os dados dos meses ou anos anteriores não constam no portal.

Entretanto, conforme o UOL, após o segundo turno das eleições ocorrido em 30 de outubro — vencido por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) diante de Jair Bolsonaro (PL) — o Governo Federal cortou verba do programa e culminou na interrupção das ações em oito estados.

Fontes ouvidas pelo O POVO afirmam que a paralisação já atinge o Ceará e foi comunicada nesta semana para coordenadores e pipeiros. O motivo, entretanto, não foi informado.

O POVO entrou em contato com a assessoria de comunicação do Exército, mas até a publicação desta matéria não teve retorno. Pela regra do programa, cada família precisa receber 20 litros de água diariamente por morador. Desta forma, uma residência com três integrantes receberia 60 litros por dia.

Outro braço

Há outra ação no Ceará que também realiza a distribuição de água potável — esta sob responsabilidade do Governo do Estado, com execução e fiscalização feitas pela Defesa Civil do Ceará. Esse braço fica responsável por abastecer zonas urbanas.

Ao O POVO, o coordenador estadual da instituição, coronel Holdayne Pereira, informou que essa operação está em execução apenas na cidade de Choró. Pedra Branca e Monsenhor Tabosa também faziam parte da ação, mas há um mês tiveram de renovar decreto de situação de emergência. Enquanto a situação não for regularizada não pode haver fornecimento de água via programa.

O gestor explica que a zona de atuação da Defesa Civil nos municípios cearenses diminuiu por causa do sistema de adutoras, gerenciado pela Secretaria de Recursos Hídricos do Ceará (SRH).

"Elas (as adutoras) estão fornecendo muita água às cidades e, como atuação é nas zonas urbanas, nossa área está ficando menor do que a do Exército pela eficiência do sistema (de abastecimento)", declarou.

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