Mourão chama atos golpistas de "catarse coletiva" e diz que Bolsonaro é quem deve passar faixa a Lula
Para o senador eleito, o ato é de "presidente para presidente"
15:16 | Nov. 24, 2022
Em viagem a Portugal, o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS) classificou os atos antidemocráticos que ocorrem pelo Brasil como "catarse coletiva" de pessoas que não se conformam com o processo eleitoral e o consideram "viciado". Ele também cobrou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para dar mais transparência às eleições, não apenas o que ele classificou como "respostas lacônicas".
"As manifestações não são golpistas. Isso é uma coisa que vocês da imprensa estão colocando. Essas pessoas não estão na rua de forma desordeira. Estão num processo de, digamos, catarse coletiva, no sentido de aceitar algo que eles consideram que não foi correto", afirmou Mourão ao jornal Folha de S.Paulo.
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O senador eleito pelo Rio Grande do Sul declarou que a "direita conservadora" deve se mobilizar para combater a "esquerda revolucionária". Apesar de não ter dito como esse combate deve ocorrer, ele ressaltar que a democracia e constituição precisam ser respeitadas. "É necessário reagir com firmeza, prudência e conhecimento, dentro dos ditames democráticos e constitucionais, para restabelecer o Estado Democrático de Direito no Brasil", disse.
Outro ponto abordado foi a possibilidade de passar a faixa de presidente da República para o próximo chefe do Executivo, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), caso o atual mandatário Jair Bolsonaro (PL) não esteja disposto a fazê-lo. Mourão acredita que quem deve fazer o ato é Bolsonaro, por se tratar de uma questão "de presidente para presidente, independente do processo".
"É uma questão institucional. Eu não sou presidente. Se por acaso o presidente renunciasse ao cargo e eu me tornasse o presidente, eu teria essa responsabilidade. Hoje, eu não tenho", ponderou o vice à reportagem.
As declarações foram dadas na sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Lisboa, em seu último compromisso de viagem oficial a Portugal. Ele não havia estado no país europeu desde 2019, quando assumiu como vice de Bolsonaro.
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