PT busca apoio para Elmano na Assembleia, mas legendas ainda esperam posições nacionais
O apoio do PDT, maior bancada, segue em aberto
18:42 | Nov. 23, 2022
A bancada da Assembleia Legislativa (AL-CE) que deve apoiar a gestão de Elmano Freitas (PT) em 2023 segue em aberto. Alguns parlamentares ainda aguardam o posicionamento de seus diretórios. Enquanto isso, os deputados que integram o partido do governador eleito seguem articulando para garantir a governabilidade do petista.
O deputado reeleito Júlio César Filho (PT) fala em buscar quem não apoiou Elmano ou declarou apoio a outros candidatos, tudo para ter uma base “ampliada e consolidada”. “Pela configuração das bancadas eleitas, nós esperamos ter uma base de apoio consolidada e forte. Ainda estamos conversando com os partidos, é natural que na formação de um governo eleito a gente procure partidos que apoiaram outros candidatos”, disse. A Federação Brasil da Esperança, que aglutinou PT e PCdoB, conseguiu eleger nove parlamentares na Assembleia.
O PSD, que liberou seus filiados no segundo turno, ainda não teve reunião para definir como vai seguir ano que vem. A legenda terá três parlamentares, entre eles Fernando Hugo. Segundo ele, não é possível antecipar decisões, especialmente porque o partido foi “derrotado no primeiro turno”, citando Domingos Filho (PSD), presidente da legenda no Ceará e vice na chapa derrotada de Roberto Cláudio (PDT) ao Governo do Ceará.
“Mesmo já sabendo que o deputado Célio Studart foi chamado para a transição lá em Brasília, nós estamos aguardando o comando de Domingos Filho, nosso presidente estadual”, pontuou o deputado.
A principal incógnita é o PDT, que saiu das eleições como a maior bancada cearense, com 13 deputados eleitos, mas que passou por racha recente com o PT. Osmar Baquit (PDT ) ressalta que aguarda a decisão da comissão pedetista criada para definir a situação do partido no Ceará. Baquit e outros deputados da sigla esperam especialmente a deliberação do senador Cid Gomes (PDT), que, no segundo turno, integrou a campanha petista e seguiu ao lado de Elmano e do senador eleito Camilo Santana (PT).
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A ausência de Cid no primeiro turno foi em “respeito” ao irmão Ciro Gomes (PDT), que disputou a Presidência e era fiador da campanha de Roberto Cláudio (PDT) no Ceará. “Eu estou esperando que ele nos convide, que ele possa falar como está isso. Pelo que eu vi, ele (Cid), Ciro, Roberto Cláudio e o André (Figueiredo, presidente do PDT no Ceará) é quem decidiam essa questão junto com o governador Elmano. Não fui informado de nada”, afirmou.
O fato de a questão ainda estar em aberto também tem influenciado na articulação da eleição da Mesa Diretora da Assembleia, hoje presidida pelo também pedetista Evandro Leitão.“Se não houve essa conversa, são só especulações. Estou esperando também que o partido chame para que a gente possa tratar sobre a questão da Mesa Diretora”, ressaltou.
O presidente estadual do PDT, André Figueiredo, disse que espera uma sinalização de Elmano para iniciar as discussões. Já o governador eleito segue em outra direção: por respeito à sigla, espera primeiro que os filiados ao PDT tomem posição se querem ou não dialogar.
"Eu primeiro preciso saber se o PDT quer participar do governo. Eu sei que tem duas posição públicas claras, uma mais falada e a outra não. Eu sei que tem gente do PDT defendendo que o PDT seja até oposição. Eu não posso ser desrespeitoso. Eu tenho de respeitar o PDT no seu todo", ressaltou o governador eleito em entrevista ao Jogo Político. Elmano considera que há um problema da disputa eleitoral que precisa ser superada pelos pedetistas.