Tasso diz que PSDB nunca deveria ter contestado vitória de Dilma: "Erro grandíssimo"
O senador afirmou que contestação criou um precedente de contestação das instituições brasileiras, além de não fazer parte da cultura do PSDBO senador Tasso Jereissati (PSDB) afirmou que seu partido nunca deveria ter contestado o resultado do segundo turno da eleição em que a então presidente Dilma Rousseff (PT) venceu o tucano Aécio Neves (PSDB), em 2014. Na época, os tucanos entraram com um pedido no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que fosse feita uma "auditoria especial" no resultado das eleições.
Segundo Tasso, a posição "foi um erro grandíssimo", além de criar um precedente de contestação das instituições. "Eu diria que tivemos erros. Não deveríamos nunca ter contestado a eleição da Dilma quanto o Aécio perdeu. Foi um erro grandíssimo. Criou um fato que abriu um precedente e que não era da nossa cultura, daquilo que nós pregamos. Ficou imagem de mal perder e de perdedor que contesta instituições no momento errado", afirmou o senador, em entrevista ao UOL.
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Em 2014, a executiva do PSDB da cidade de São Paulo, maior diretório municipal do partido, chegou a aprovar uma nota contestando o resultado do segundo turno da eleição presidencial e pedindo uma auditoria do resultado, de preferência internacional. A ação protocolado no TSE foi assinada pelo coordenador jurídico do PSDB, deputado Carlos Sampaio (SP).
Depois do pleito de 2014, o TSE aceitou um pedido do partido para auditar as urnas eletrônicas. O Tribunal concedeu acesso a dados, arquivos e parte dos programas usados nos equipamentos naquela eleição para uma auditoria externa; no entanto, negou a solicitação para formar uma comissão especial para a análise. O presidente do TSE à época, Dias Toffoli, justificou que o PSDB não apresentou nenhum indício de fraude.
O resultado da investigação do partido, que custou perto de R$ 1 milhão, foi divulgado no ano seguinte. O
relatório concluiu que não foi possível identificar fraudes na votação de 2014, mas destacou que o
sistema não permitia uma auditoria externa independente e efetiva. Apesar disso, o TSE sustentou que há diversas formas de auditar e recontar os votos, definidas na legislação eleitoral.
Anos depois, o fato foi usado pela extrema-direita, representada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), para a abertura de uma série de questionamentos sobre o sistema eleitoral. Durante seu mandato, o chefe do Planalto proferiu constantes ataques às urnas eletrônicas e ao TSE.
O PL, partido de Jair Bolsonaro, prepara uma ação judicial para pedir a anulação das eleições 2022 ao TSE. A petição, feita com base em auditorias contratadas pelo próprio partido, ainda não está pronta e será finalizada nos próximos dias. O partido vai alegar que os supostos estudos técnicos apontaram falhas em alguns modelos de urnas eletrônicas fabricadas em 2009, 2011, 2013 e 2015.
Tasso Jereissati afirmou que o partido dele deve fazer oposição “não sistemática” ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente da República eleito no último dia 30 de outubro. No segundo turno, o parlamentar cearense e ex-presidente da sigla tucana apoiou a candidatura petista, mesmo com a agremiação declarando neutralidade na segunda rodada do pleito. Agora, ele prega que o partido se mantenha independente durante o mandato.
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