Erisipela: entenda o que é a doença que afeta Jair Bolsonaro

A doença tem feito o mandatário evitar alguns compromissos oficiais. Pessoas com diabete e com baixa imunidade estão mais suscetíveis a contrair a infecção

O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) revelou nesta quarta-feira, 16, que o chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL), está com erisipela , uma infecção na perna. A enfermidade tem feito o chefe do Planalto evitar alguns compromissos oficiais.

Erisipela é uma infecção cutânea causada por bactérias que penetram por ferimentos na pele, como picadas de insetos e micoses. Pernas são a região mais atingida porque feridas que servem como porta de entrada são mais frequentes nessa região, como frieiras e micoses.

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A doença é causada geralmente pela bactéria Streptococcus pyogenes do grupo A, mas pode também ser causada por Haemophilus influenzae tipo B, que penetram através de um pequeno ferimento (picada de inseto, frieiras, micoses de unha etc.) na pele ou na mucosa, disseminam-se pelos vasos linfáticos e podem atingir o tecido subcutâneo e o gorduroso.

A maior parte das bactérias que causam a erisipela são comuns e existem até na nossa pele, mas geralmente elas precisam dessas “portas de entrada” para penetrar o organismo. Algumas condições também facilitam a infecção.

Pessoas com excesso de peso, portadoras de diabetes não compensado, de insuficiência venosa nos membros inferiores, cardiopatas e nefropatas com problemas de circulação nas pernas, pessoas com baixa imunidade ou com doenças crônicas debilitantes são mais vulneráveis.

Na maioria dos casos, a lesão tem limites bem definidos e aparece mais nos membros inferiores. Embora menos frequente, ela pode localizar-se também na face e está associada à dermatite seborreica. A lesão na pele é brilhante e vem acompanhada de dor, rubor (vermelhidão), edema (inchaço). Em alguns casos, formam-se bolhas ou feridas, sinal de necrose dos tecidos.

Os primeiros sintomas pode se instalar precocemente:

Febre alta
Tremores
Mal-estar
Náuseas
Vômitos

Diagnóstico 

O diagnóstico é essencialmente clínico. Às vezes, pode-se recorrer à biópsia e ao exame de cultura, mas esse não é o procedimento de rotina.

Tratamento 

Na fase inicial da doença, antibióticos orais, repouso e elevação do membro afetado por pelo menos duas semanas costumam ser suficientes para a regressão do processo infeccioso em cerca de 4 dias, se a pessoa estiver em condições físicas favoráveis. A resposta é mais rápida quando é ministrada penicilina por via intramuscular (benzetacil).

Em muitos casos, o uso dos antibióticos deve ser repetido periodicamente, por tempo a ser determinado pelo médico, para evitar as erisipelas de repetição (mais frequente em pessoas com fatores de risco como diabetes descompensado e obesidade).

Erisipela pode matar?

A doença pode levar à morte caso não seja feito tratamento. O caso se torna mais grave em pacientes imunodeprimidos, em que a doença pode evoluir para a forma de erisipela bolhosa, que acomete camadas mais profundas da pele e começa a destruir gordura e músculos. A progressão pode levar a amputações ou a quadros de sepse, que oferecem risco de morte.

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