Lula na COP 27: "Não há segurança climática para o mundo sem uma Amazônia protegida"
Em seu discurso, Lula pediu uma cooperação mundial contra mudanças climáticas e garantiu que vai cobrar medidas ambientaisO presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) garantiu que o combate à mudança climática terá o "mais alto perfil" na estrutura do governo brasileiro nos próximos anos. Em um longo discurso, Lula defendeu na Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 27) nesta quarta-feira, 16, uma mudança na gestão ambiental do Brasil, que deverá buscar equilibrar desenvolvimento econômico sem provocar mais mudança climática.
"Não há segurança climática para o mundo sem uma Amazônia protegida. Não mediremos esforços para zerar o desmatamento e a degradação de nossos biomas até 2030, da mesma forma que mais de 130 países se comprometeram ao assinar a Declaração de Líderes de Glasgow sobre Florestas", disse o presidente eleito.
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Lula prometeu que sua gestão vai lutar contra o desmatamento em todos os nossos biomas e criticou a atuação do atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL). "Nos três primeiros anos do atual governo, o desmatamento na Amazônia teve aumento de 73%. Somente em 2021, foram desmatados 13 mil quilômetros quadrados. Essa devastação ficará no passado", ressaltou Lula.
Ainda citando a política ambiental de Bolsonaro, Lula garantiu que crimes ambientais serão combatidos "sem trégua". "Crimes ambientais, que cresceram de forma assustadora durante o governo que está chegando ao fim, serão agora combatidos sem trégua. Vamos fortalecer os órgão de fiscalização e os sistemas de monitoramento, que foram desmantelados nos últimos quatro anos", falou.
Lula falou também sobre o combate à fome no Brasil e em outras localidades do mundo, citando a proposta de uma "Aliança Mundial pela Segurança Alimentar, pelo fim da fome e pela redução das desigualdades, com total responsabilidade climática". "Não precisamos desmatar sequer um metro de floresta para continuarmos a ser um dos maiores produtores de alimentos do mundo.Este é um desafio que se impõe a nós brasileiros e aos demais países produtores de alimentos", afirmou.
Sua posição foi reforçar o acordo de cooperação entre Brasil, Indonésia e Congo. "Juntos, nossos três países detêm 52% das florestas tropicais primárias remanescentes no planeta. Juntos, trabalharemos contra a destruição de nossas florestas, buscando mecanismos de financiamento sustentável, para deter o avanço do aquecimento global", disse.
Coalização mundial
Lula, em diversos momentos do discurso, pediu a união de todos os países para o que chamou de "emergência climática". Ele citou seu discuso pós-eleição em que defendeu a união do Brasil. "Quero dizer agora que não existem dois planetas Terra. Somos uma única espécie, chamada humanidade, e não haverá futuro enquanto continuarmos cavando um poço sem fundo de desigualdades entre ricos e pobres", ressaltou.