Bolsonaristas intensificam atos golpistas no feriado da Proclamação da República

Apoiadores do presidente protestam contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva

14:47 | Nov. 15, 2022

Por: Israel Gomes
Bolsonaristas em Brasília no feriado da Proclamação da República. (foto: SERGIO LIMA / AFP)

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) usam o feriado da Proclamação da República, celebrado nesta terça-feira, 15 de novembro, na tentativa de mobilizar maior adesão aos atos golpistas. Durante a manhã, bolsonaristas intensificaram presença em cidades como São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.

Na capital paulista, houve aumento no número de pessoas que ocupam a avenida Sargento Mário Kozel Filho, entre o prédio da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) e o Comando Militar do Sudeste (CMSE). As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Portando cartazes com frases como "nação brasileira implora por socorro", apoiadores do presidente gritam "SOS Forças Armadas" enquanto pedem intervenção militar e protestam contra o processo democrático que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como o próximo presidente do Brasil. Eles também afirmam, sem apresentar qualquer prova, que houve fraude nas urnas.

Minas Gerais e Rio de Janeiro

Os protestos ocorrem desde a votação do segundo turno realizado em 30 de outubro. Na capital de Minas Gerais, durante a manhã, os bolsonaristas se concentraram na avenida Raja Gabaglia, região Centro-Sul de Belo Horizonte. Segundo o Estado de Minas, eles vestem camisas verde e amarelo, assim como da seleção brasileira, e promovem atos golpistas em frente à sede do Comando da 4ª Região Militar do Exército.

No Rio de Janeiro, as atividades antidemocráticas ocorrem no Palácio Duque de Caxias, na Avenida Presidente Vargas, no centro da cidade carioca. No local, está a sede do Comando Militar do Leste (CML), que é responsável pelo Exército Brasileiro no Rio, Minas Gerais e Espírito Santo.

Brasília

A expectativa é que a maior concentração dos atos golpistas ocorra em Brasília. Na cidade, apoiadores do chefe do Executivo se reúnem em frente ao quartel general do Exército, no Setor Militar Urbano (SMU). Caravanas com ônibus gratuitos foram oferecidas nas redes sociais para que fosse possível transportar pessoas para reforçar a participação nas atividades antidemocráticas no Distrito Federal.

Para evitar a possibilidade de confrontos, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) da unidade federativa restringiu o trânsito na Esplanada dos Ministérios, com bloqueio da Praça dos Três Poderes.

"O fechamento se deu por razões preventivas de segurança, para evitar circulação de veículos e pessoas no mesmo local, com a possibilidade de atos públicos na região central de Brasília, como identificado pelos setores de inteligência das forças de segurança", disse o órgão em nota enviada ao Correio Braziliense.

As medidas visam impedir o acesso bolsonarista ao Congresso Nacional, assim como do prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), um dos principais alvos dos grupos golpistas.

Manual bolsonarista

Apoiadores do presidente elaboraram uma espécie de manual para evitar acusações de golpismo nos atos antidemocráticos do feriado da Proclamação da República.

Diante da escalada de pedidos de intervenção militar, volta da ditadura e até fechamento do Congresso e STF, bolsonaristas tentam moderar o tom. Eles articulam defender pautas consideradas mais genéricas, as quais definem como "liberdade de expressão", "SOS Forças Armadas", "legitimidade das urnas" e "fim da censura".

Com informações da Folha de S.Paulo, UOL, Estado de S.Paulo, Correio Braziliense e Estado de Minas