Manifestação golpista na 10ª Região Militar começa a perder público

Apoiadores de Bolsonaro se expressaram contra o "comunismo" e pediram que Forças Armadas intervenham no resultado legítimo das urnas

Após 13 dias do resultado da eleição em segundo turno, da qual Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu vencedor, militantes pró-Bolsonaro em Fortaleza promovem espécie de acampamento em frente à 10ª Região Militar, Av. Alberto Nepomuceno, no Centro, para contestar o resultado apontado pelas urnas eletrônicas às quais o candidato à reeleição pelo PL se submeteu.

Os apoiadores do ainda presidente pedem intervenção das Forças Armadas para remover antecipadamente o líder petista do cargo que irá assumir em janeiro de 2023, pela terceira vez (2003-2006 e 2007-2010).

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O POVO esteve no local, na tarde deste sábado, e constatou um cenário de desmobilização do movimento de essência golpista, se comparado ao seu começo.

Ali, em meio a barracas de acampamento e tendas de plástico, faixas pedem que as Forças Armadas rompam com a normalidade democrática para garantir Bolsonaro no poder ou, pelo menos, evitar que Lula assuma a Presidência. Não há qualquer evidência de que as urnas eletrônicas foram fraudadas na corrida eleitoral deste ano.

A estratégia de lançar suspeitas sobre a integridade dos equipamentos com os quais o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) promove as eleições esteve presente quase que integralmente no discurso do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato derrotado à reeleição.

Os manifestantes também associavam a imagem de Lula e do PT ao comunismo. Uma faixa em inglês continha "not comunism", pedindo aos simpatizantes de Bolsonaro que ocupem as ruas. Outra carregava menção aos filhos, de modo a dizer que aquele protesto existia em nome do futuro deles. Bandeiras de Israel marcaram presença na manifestação tanto quanto a brasileira. 

O Ministério da Defesa, liderado pelo cearense Paulo Sergio Nogueira, emitiu relatório sobre as urnas segundo o qual o processo eleitoral não foi fraudado. Nenhuma prova ou indício de suposto desvirtuamento do resultado foi apontado. A pasta, no entanto, apontou possibilidades de evolução do processo eleitoral.

Durante a noite deste sábado, por volta de 20 horas, a reportagem do O POVO verificou que a manifestação teve maior adesão, lotando o entorno do Forte de Nossa Senhora da Assunção. Carros estacionados, bandeiras do Brasil e pessoas transitando tornaram mais lento o fluxo de veículos que passavam por ali. (colaborou Mariana Lopes/Especial para O POVO)

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