Ministério da Defesa diz que relatório não descarta possibilidade de fraude nas urnas
O relatório foi enviado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e não apontou erro nas eleiçõesO Ministério da Defesa publicou nota nesta quinta-feira, 10, explicando que embora seu relatório enviado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre o processo eleitoral não tenha constatado indícios de fraude nas eleições deste ano, também não descarta a possibilidade. O documento de 65 páginas entregue nessa quarta, 9, levantou suspeitas sobre possíveis falhas de segurança, porém não apontou indícios de manipulação.
No pleito deste ano, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) derrotou o atual mandatário Jair Bolsonaro (PL), com mais de 60 milhões de votos, a maior da história.
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No comunicado, o Ministério explica que o trabalho feito por técnicos militares na fiscalização do sistema eletrônico de votação encontrou três aspectos "que demandam esclarecimentos". A pasta comandada por Paulo Sérgio Nogueira alegou que seus profissionais tiveram restrições ao código-fonte e as bibliotecas de software desenvolvidas por terceiros.
Os pontos apresentados pelo Ministério da Defesa são:
- Houve possível risco à segurança na geração dos programas das urnas eletrônicas devido à ocorrência de acesso dos computadores à rede do TSE durante a compilação do código-fonte.
- Os testes de funcionalidade das urnas (Teste de Integridade e Projeto-Piloto com Biometria), da forma como foram realizados, não foram suficientes para afastar a possibilidade da influência de um eventual código malicioso capaz de alterar o funcionamento do sistema de votação.
- Houve restrições ao acesso adequado dos técnicos ao código-fonte e às bibliotecas de software desenvolvidas por terceiros, inviabilizando o completo entendimento da execução do código, que abrange mais de 17 milhões de linhas de programação.
Por conta destas constatações, o Ministério da Defesa solicitou ao TSE, em caráter de urgência, a realização de uma investigação técnica e análise "minuciosa" dos códigos que "efetivamente foram executados nas urnas eletrônicas". A pasta solicitou a criação de uma comissão formada por "técnicos renomados da sociedade e de técnicos representantes das entidades fiscalizadoras".
"Por fim, o Ministério da Defesa reafirma o compromisso permanente da Pasta e das Forças Armadas com o Povo brasileiro, a democracia, a liberdade, a defesa da Pátria e a garantia dos Poderes Constitucionais, da lei e da ordem", finalizou a nota.