Defesa não acha fraude em urna, mas sugere comissão para averiguar "código malicioso"
O relatório das Forças Armadas, com 22 páginas, foi encaminhado pelo ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, cearense de Iguatu. TSE disse que sugestões serão analisadasO relatório do Ministério das Defesa enviado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não aponta nenhuma fraude no processo de votação eletrônico durante as últimas eleições no Brasil. O documento reconhece que os boletins de urnas e os resultados divulgados pelo TSE são idênticos. Ou seja, o boletim que a urna imprimiu registrando os votos dados ao final da votação confere com o resultado da totalização divulgada pelo tribunal. O relatório, com 63 páginas, foi encaminhado pelo ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, cearense de Iguatu. Os apontamentos sobre a fiscalização do sistema eleitoral se restringem às primeiras 22 páginas
A votação e apuração também foi acompanhada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que tampouco identificaram problemas.
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Mesmo sem apontar fraude, o relatório da Defesa deixa uma brecha para questionamento às urnas. O documento foi resultado de acompanhamento solicitado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que queria que houvesse votação impressa.
No relatório, o Ministério da Defesa pede a criação de uma comissão de técnicos de instituições para investigar um suposto "código malicioso". Em ofício em que encaminha o relatório, o ministro alega que durante a inspeção dos militares teria sido observada situação que "pode configurar relevante risco à segurança do processo". "Dos testes de funcionalidade, realizados por meio do Teste de Integridade e do Projeto-Piloto com Biometria, não é possível afirmar que o sistema eletrônico de votação está isento da influência de um eventual código malicioso que possa alterar o seu funcionamento", diz Nogueira.
Esse acompanhamento por instituições da sociedade já é realizado desde os preparativos para as eleições.
Em nota, o TSE agradeceu o envio do documento e destacou justamente que o trabalho dos militares não aponta qualquer fraude ocorrida na eleição. "TSE informa que recebeu com satisfação o relatório final do Ministério da Defesa, que não apontou a existência de nenhuma fraude ou inconsistência no processo eleitoral de 2022. As sugestões encaminhadas para aperfeiçoamento do sistema serão oportunamente analisadas. O TSE reafirma que as urnas eletrônicas são motivo de orgulho nacional, e as Eleições de 2022 comprovam a eficácia, lisura e total transparência da apuração e totalização dos votos", diz a nota do tribunal.
O relatório é assinado pelo ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, e por outros três militares: o capitão de fragata Marcus Rogers Cavalcante Andrade, o coronel aviador Wagner de Oliveira da Silva e o coronel Marcelo Nogueira de Souza - este último chefia a Equipe das Forças Armadas responsável pela fiscalização.
O Ministério da Defesa informou que iria levar até 30 dias para concluir a fiscalização, mas reduziu o prazo a menos da metade por pressão de Bolsonaro.
Na última segunda-feira, 7, em rara manifestação desde a derrota eleitoral, Bolsonaro disse: "Brevemente teremos as consequências do que está acontecendo".
Na terça-feira, 8, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, disse que a legenda não iria contestar o resultado das eleições, mas que Bolsonaro poderia fazê-lo se tiver "algo real na mão".
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