"Não há tempo para vingança", diz Lula após agenda em Brasília como presidente eleito

O petista reafirmou compromisso com as instituições e falou sobre volta à normalidade

19:56 | Nov. 09, 2022

Por: Deusdedit Neto
A coletiva ocorreu em Brasília, depois de o presidente eleito participar de agenda no STF, TSE e os presidentes da Câmara e do Senado (foto: Sergio Lima / AFP)

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concedeu entrevista coletiva nesta quarta-feira, 9, em Brasília. Entre os pontos abordados, o petista ressaltou que não há tempo para vinganças e que vai trabalhar "24 horas por dia" para que o País volte "à normalidade". Lula também elogiou as urnas eletrônicas, ressaltando a lisura do processo.

"Nós voltamos a governar o país. Não há tempo para vingança, raiva e ódio. O tempo é de governar. Eu pretendo trabalhar 24 horas por dia, não vou trabalhar três ou quatro horas por dia. Vou trabalhar o dia inteiro. Porque nós temos que resgatar uma dívida que nós temos com o povo pobre desse país", declarou o presidente eleito.

Nesta quarta, o petista fez maratona de reuniões com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), com os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, Arthur Lira (Podemos), e Rodrigo Pacheco (PSD), além do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. A intenção, conforme apontou Lula, foi reafirmar o respeito que tem com as instituições.

"Me candidatei com o compromisso de que é possível resgatar a cidadania do povo brasileiro. De recuperar a harmonia entre os poderes. De que é plenamente possível a normalidade da convivência entre as instituições brasileiras. Que foram atacadas e violentadas por uma linguagem nem sempre recomendável por algumas autoridades ligadas ao governo", afirmou o petista sem mencionar Jair Bolsonaro (PL).

Lula criticou as manifestações antidemocráticas que ocorrem pelo Brasil desde a segunda-feira, 31, um dia após a vitória do próximo presidente ter sido consolidada pelas urnas. Para ele, não há motivos para protestos e recomendou investigações sobre quem está financiando os movimentos.

"Essas pessoas que estão protestando, sinceramente, não têm porque protestar. Elas deveriam dar graças a Deus porque a diferença foi menor do que a gente merecia ter tido de votos. E eu acho que é preciso detectar quem está financiando esses protestos que não tem nem pé nem cabeça. As ofensas às autoridades, ameaças de fechamento, agressão verbal. Eu vim pra dizer que as instituições e que o Brasil vai voltar à normalidade", reafirmou Lula.