Empresa de Nelson Piquet recebe aditivo de R$ 6,6 milhões do governo Bolsonaro
Apesar dos valores, a Autotrac ainda deve atualmente à União R$ 6,3 mil em impostos
17:43 | Ago. 01, 2022
O ex-piloto de Fórmula 1 e apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), Nelson Piquet, receberá, por meio da empresa que preside, a Autotrac Comércio e Comunicações, um aditivo de R$ 6,6 milhões por um contrato assinado em 2019, sem licitação, com o Ministério da Agricultura. O valor inicial do contrato foi de R$ 3,5 milhões. Em dezembro de 2020, o governo concedeu à empresa de Piquet um termo aditivo que, hoje, faz com que o montante chegue a exatos R$ 6.683.791,80.
Segundo informações da coluna do jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles, os valores podem aumentar ainda mais, pois há previsão no contrato para aditivos até 2026. O contrato da Autotrac foi firmado com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) para fornecimento de equipamentos necessários à manutenção do sistema de comunicação de dados e controle das estações meteorológicas.
Apesar dos valores, a Autotrac ainda deve, atualmente, à União R$ 6,3 mil em impostos. A reportagem diz que tentou contato com o piloto, porém, ele não quis se pronunciar sobre. O bolsonarista está sendo procurado pela Justiça para ser notificado sobre a existência de um processo em que é acusado de racismo e homofobia contra o heptacampeão inglês Lewis Hamilton.
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Em uma entrevista de novembro de 2021, mas que ressurgiu na internet em julho deste ano, o tricampeão mundial usou a palavra "neguinho" para se referir a Hamilton em um acidente envolvendo o britânico e o holandês Max Verstappen no Grande Prêmio da Inglaterra de 2021.
Piquet chegou a se defender e afirmou que o que falou "foi mal interpretado": "Não vou me defender disso, mas quero esclarecer que o termo é ampla e historicamente usado de forma coloquial na língua portuguesa como sinônimo de 'pessoa' ou 'cara', e não foi usado com intenção de "ofender".