Geraldo Luciano nega proximidade com Bolsonaro ou Lula e defende carta pró-democracia
Apesar de integrar o Podemos, sigla aliada ao PL de Jair Bolsonaro no Ceará, o empresário destacou não ter relação com o chefe do Planalto e afirmou que focará nas eleições estaduais
O cearense Geraldo Luciano, filiado ao Podemos, comentou sobre sua assinatura na "Carta aos Brasileiros em defesa do Estado democrático de Direito", publicada no site da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Em entrevista à Rádio O POVO/CBN, o empresário defendeu a democracia como aspecto fundamental para o convívio social e o crescimento econômico brasileiro e destacou não ter proximidade com o presidente Jair Bolsonaro (PL) ou com o ex-presidente Lula (PT).
"Eu acho que, em primeiro lugar, é bom que a assinatura de manifesto de uma carta como essa não fosse motivo de tantos comentários. Era para ser uma coisa absolutamente normal (...) Acho que todo cidadão tem que reconhecer que não há outra forma de viver em sociedade se não no regime democráticos. Então é isso, é a necessidade que a gente tem de ter realmente um ambiente saudável para que possa ter negócios no país, que negócios possam gerar desenvolvimento econômico, e crescimento", destacou Luciano.
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O empresário avalia que o questionamento da lisura do processo eleitoral prejudica a economia do País em âmbito internacional. "Eu acho que toda comunidade financeira internacional acompanha, o Brasil é um país importante, receptor de investimento significativos da comunidade financeira internacional, e nesse momento está todo mundo acompanhando o que está acontecendo no Brasil, embora tenha plena convicção que a gente vai ter eleições livres e quem for o primeiro nas urnas vai tomar posse".
Nesta quinta, a carta em defesa da democracia conseguiu a adesão de mais de 160 mil pessoas. O documento, a ser lido no Pátio das Arcadas em 11 de agosto, convoca a nação para ficar alerta na defesa da democracia e do respeito ao resultado das eleições. No total, 12 ex-ministros do STF assinaram o texto.
Também estão na lista de signatários o ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, os banqueiros Roberto Setubal e Cândido Bracher (Itaú Unibanco), Walter Schalka (Suzano) e donos de empresas de bens de consumo como Pedro Passos e Guilherme Leal (Natura). A secretária da Fazenda Fernanda Pacobahyba está na lista de cearenses.
Bolsonaro e Wagner
No Ceará, Geraldo é filiado ao Podemos, partido que integra o arco de alianças do pré-candidato da oposição ao governo estadual, Capitão Wagner (UB-CE), apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL). O chefe do Planalto é o personagem político que mais ataca as urnas e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Sobre o cenário eleitoral, Geraldo disse não possuir nenhuma proximidade com o presidente da República e também com seu principal adversário, o ex-presidente Lula, mas que está disposto a discutir as questões do estado.
"Eu não tenho nenhuma proximidade com o presidente Bolsonaro e também não tenho relação com o ex-presidente Lula. Acho que na eleição do Ceará a gente tem que discutir, a partir de agora, os graves problemas que temos no Ceará. Temos problemas graves de segurança, de saúde, e agora mesmo a gente vê o ex-ministro Ciro Gomes fazendo acusações graves que o Ceará está tomado pelas facções. Realmente preocupam bastante, a gente tem que aproveitar esse momento para discutir os problemas do Ceará. Acho que o foco tem que ser esse aí", destacou.
Segundo o empresário, as eleições ao Governo do Ceará devem ser bastante disputadas. "Três candidatos com chance de chegar á vitória. Vamos aproveitar para ver quem tem as melhores propostas para o Ceará", avaliou. Ele também comentou sobre o racha entre PT e PDT. "Eu acho que mudou muito, se a gente voltar 30 dias atrás e verificar como está hoje, temos um quadro praticamente como se fosse outra eleição, começou tudo de novo".