Viúva de petista assassinado diz que ligação de Bolsonaro para irmãos da vítima é "absurdo"
Marcelo Arruda foi assassinado na semana passada, em Foz do Iguaçu (PR), pelo agente penal bolsonarista José da Rocha Guaranho, durante sua festa de aniversário que tinha como temática o PT e o ex-presidente Lula
11:02 | Jul. 13, 2022
A policial civil Pâmela Suellen Silva, viúva do guarda municipal e tesoureiro petista Marcelo Arruda, chamou de "absurdo" uma chamada de vídeo feita pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para os irmãos do seu ex-marido na última terça-feira, 12, na qual o chefe do Executivo comentou o caso.
Marcelo foi assassinado na semana passada, em Foz do Iguaçu (PR), pelo agente penal bolsonarista José da Rocha Guaranho, durante sua festa de aniversário de 50 anos que tinha como temática o PT e o ex-presidente Lula. Os dois homens não se conheciam, segundo relatos de testemunhas.
"Absurdo, eu não sabia", disse Pâmela Suellen Silva à coluna do jornalista Chico Alves, do UOL. Luiz e José, irmãos de Marcelo, são simpatizantes de Bolsonaro, que na conversa sinalizou que a imprensa "de esquerda" estaria tentando responsabilizá-lo pelo ocorrido. O presidente convidou os irmãos da vítima para uma coletiva, em Brasília, que ocorreria no próximo dia 14.
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Ainda segundo o relato da viúva, apesar das divergências em relação ao posicionamento político, Marcelo respeitava os irmãos. Um deles teria, inclusive, garantido o espaço utilizado para o aniversário de Marcelo e só não estava no local por conta de uma "emergência".
Após o ocorrido, Pamela contou que o bolsonarista entrou no local com o objetivo de “matar as pessoas da festa”, em relato à coluna da jornalista Bela Megale, do O Globo.
“No fim da festa essa pessoa que ninguém conhecia apareceu num carro, abriu o vidro e gritou: ‘Fora PT, Lula ladrão, Bolsonaro mito’. Marcelo foi até ele pedir que fosse embora e ele sacou uma arma e apontou para o Marcelo. A mulher dele estava dentro do carro com uma criança e pediu para ele ir embora. Ele foi, mas disse que voltaria”, relatou.
Posteriormente, Guaranho retornou e atirou contra Marcelo, que revidou e também atingiu o agressor. O guarda municipal morreu e o policial penal segue internado em hospital local.