Bolsonaro, que já chamou Globo de "lixo", dobra gastos com publicidade na emissora
De janeiro a junho, a despesa do Palácio do Planalto com a emissora foi de R$ 11,4 milhões, um aumento de 75% se comparado ao mesmo período do ano passadoO governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) dobrou os gastos com publicidade este ano na Rede Globo, mesmo com as constantes críticas do chefe do Planalto ao veículo de comunicação. De janeiro a junho, a despesa do Palácio do Planalto com a emissora foi de R$ 11,4 milhões, um aumento de 75% se comparado ao mesmo período do ano passado, quando o gasto foi de R$ 6,5 milhões.
Segundo informações do UOL, o valor representa 41% do montante total destinado à compra de espaço publicitário na emissora (R$ 27,5 milhões) em quatro anos de mandato, quando considerando o mesmo período para cada ano do governo Bolsonaro, 1º de janeiro a 21 de junho. As verbas são destinadas no momento em que o mandatário entrA em fase de acirramento eleitoral com seu principal adversário nas urnas, o ex-presidente Lula (PT).
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O ano de 2022 foi o único no qual a Globo recebeu mais investimentos por parte do governo do que SBT e Record TV, por exemplo. A empresa retomou sua posição de liderança na recepção de verbas do investimento de publicidade estatal federal da Secretaria de Comunicação (Secom), vinculada ao Palácio do Planalto.
Desde o início do governo do presidente Jair Bolsonaro, a TV Record estava na primeira posição. Segundo reportagem do Poder 360, ao se observar os dados dos três primeiros anos de Bolsonaro no governo somados, ainda se percebe uma falta de equalização entre o que cada TV recebe e a audiência.
Desde 2019, ano em que Bolsonaro assumiu seu cargo no Planalto, a Record, emissora do pastor Edir Macedo, ainda é a que mais se beneficia quando somados os recursos destinados pela Secom. Nos últimos três anos, a Record acumula R$ 58,8 milhões. O SBT, em 2º, recebeu R$ 53,5 milhões. A Globo, líder absoluta de audiência, está em 3º lugar no acumulado da atual administração, com R$ 47,2 milhões.
Em 2021, a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência havia comprado espaço na Globo para 46 inserções publicitárias categorizadas como “utilidade pública” e apenas dez para materiais institucionais. Já de 1º de janeiro a 21 de junho deste ano, são 72 campanhas institucionais na maior emissora do país e apenas duas, “utilidade pública”.
Críticas a Globo
O grande investimento do governo federal na Rede Globo acontece no mesmo momento em que o presidente da República fomenta entre seus seguidores um discurso contra veículo de comunicação. Em fevereiro, Bolsonaro ergueu um cartaz com a frase “Globo Lixo” a apoiadores que estavam aglomerados em grades de proteção, em Cascavel, no Paraná.