Presidenciáveis criticam Bolsonaro após novo reajuste de combustíveis

Entraram no debate o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), a senadora Simone Tebet (MDB) e o deputado federal André Janones (Avante)

17:57 | Jun. 17, 2022

Por: Filipe Pereira
Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-ministro Ciro Gomes (PDT)e a senadora Simone Tebet (MDB) (foto: Reprodução)

Os pré-candidatos à Presidência da República usaram as redes sociais, nesta sexta-feira, 17, para criticar o presidente Jair Bolsonaro (PL), postulante à reeleição, após o reajuste nos preços dos combustíveis, anunciado pela Petrobras. 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou em encontro com representantes do setor cultural em Alagoas nesta sexta-feira, onde criticou não apenas o novo reajuste do preço dos combustíveis, mas também a falta de uma resposta eficaz do Planalto para impedir os aumentos seguidos. 

“O presidente da República diz que não consegue mudar. Que tipo de presidente é esse? O cara já não consegue controlar o Orçamento da União porque criaram o orçamento secreto, não consegue mexer no preço da eletricidade, do gás de cozinha, do óleo diesel porque diz que a Petrobras é quem manda”, disse Lula.

Segundo o petista, Bolsonaro perdeu o controle da Petrobras. Ele defendeu ainda que o Projeto de Lei Complementar 18/2022, aprovado no Congresso Nacional, que limita a incidência do ICMS sobre combustíveis sobre combustíveis, não vai surtir efeito.

A gasolina do Bolsonaro, que ele disse que iria baixar, já anunciaram um novo aumento. Ele inventou que a solução é reduzir o ICMS, mas tudo que ele vai fazer é diminuir o dinheiro da educação e da saúde nos estados.

— Lula (@LulaOficial) June 17, 2022

“Agora o cara inventou que a solução do mundo é reduzir o ICMS. Eu vou contar uma coisa para vocês: ele vai reduzir o ICMS, e tudo que ele vai fazer é prejudicar os estados, porque vai faltar dinheiro para educação, vai faltar dinheiro para a saúde; e o preço da gasolina, que ele disse que vai abaixar, a Petrobras já aumentou hoje”, disse o petista. 

O projeto era apoiado pelo governo federal e foi aprovado no Congresso na última quarta-feira, 15, na promessa de que sua efetivação, a curto prazo, poderia deter o avanço do preço dos combustíveis. Antes mesmo da sanção presidencial, a Petrobras anunciou o novo aumento nos preços da gasolina e do diesel, os dois produtos de maior preocupação dos defensores do PL. 

No Twitter, o ex-ministro Ciro Gomes criticou a atitude do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em defender a instauração de uma CPI para apurar a gestão da Petrobras. Na publicação, o pedetista defendeu que quem precisa de CPI é o próprio Bolsonaro, classificado por ele como "frouxo". Ele também disse que novo reajuste da Petrobras mostra que o ICMS não altera o preço dos combustíveis.

“A mentira de Bolsonaro foi desmascarada: ICMS não aumenta preços dos combustíveis. Sua frouxidão também: se esconde, tremendo, atrás de Lira para tentar resolver a crise da Petrobras. Fora, seu frouxo! Bolsonaro está em seus estertores. Acaba de anunciar que pediu a Lira uma CPI para investigar a diretoria da Petrobras que ele mesmo nomeou. Quem precisa de CPI é ele. Aliás, de impeachment!”

A mentira de Bolsonaro foi desmascarada: ICMS não aumenta preços dos combustíveis. Sua frouxidão também: se esconde, tremendo, atrás de Lira para tentar resolver a crise da Petrobras. Fora, seu frouxo! #ForaBolsonaroFrouxo

— Ciro Gomes (@cirogomes) June 17, 2022

A pré-candidata do MDB, Simone Tebet, também usou as redes sociais para criticar o presidente: "Quem quer, resolve. Quem não quer, joga a culpa nos outros. A Constituição Federal dá saídas, no plural, para diminuir o preço dos combustíveis em situações excepcionais como agora, criando-se crédito extraordinário ou usando os dividendos da União", escreveu. A publicação, no entanto, foi apagada logo depois. 

O deputado federal André Janones (Avante-MG) disse que Bolsonaro é responsável pelo "teatro pra atacar a Petrobras como se o governo não fosse o responsável pela mesma". Não cola. Não tem coragem pra atuar na política de preços, vende nosso petróleo cru sem impostos, não gera interesse para investimento em refinarias no país e praticamente doa o nosso etanol", continuou. 

O teatro pra atacar a Petrobras como se o governo não fosse o responsável pela mesma, não cola. Não tem coragem pra atuar na política de preços, vende nosso petróleo cru sem impostos, não gera interesse para investimento em refinarias no país e praticamente doa o nosso etanol

— André Janones (@AndreJanonesAdv) June 17, 2022